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Altice aceitou proposta de Vaz Antunes após recusar uma mais alta

Em 2019, a empresa vendeu um prédio em Lisboa por sete milhões de euros a Hernâni Vaz Antunes, arguido da Operação Picoas atualmente em prisão domiciliária e considerado o braço-direito de Armando Pereira, meses depois de recusar uma proposta de valor superior.

A “Operação Picoas” obrigou a Altice a fazer várias mexidas na sua estrutura.
Pedro Catarino
11 de Agosto de 2023 às 09:02
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A Altice recusou em 2019 uma proposta de oito milhões de euros para a compra de um prédio que acabou por no final desse mesmo ano vender por sete milhões à Smartdev - uma das empresas alegadamente envolvida no esquema identificado pela Operação Picoas. A notícia é avançada esta sexta-feira pelo Expresso.

E o negócio não terá ficado por aí. Em dezembro de 2020, a Smartdev terá vendido esse mesmo edifício à Almost Future por 7,5 milhões de euros. O que é que estas duas empresas têm em comum: seriam controladas por Hernâni Vaz Antunes, amigo de longa data de Armando Pereira, e um dos principais suspeita da investigação agora levada a cabo pela justiça portuguesa.

A Operação Picoas foi conhecida a 13 de julho, com o Ministério Público a levar a cabo mais de 90 buscas domiciliárias e não domiciliárias, incluindo a sede da Altice Portugal, em diferentes zonas do país.  

Das buscas, em que foram apreendidos documentos e objetos, "tais como viaturas de luxo e modelos exclusivos com um valor estimado de cerca de 20 milhões de euros" e resultaram quatro detidos: Armando Pereira, cofundador do grupo Altice, assim como Jéssica Antunes, filha de Hernâni Vaz Antunes, e o economista Álvaro Gil Loureiro. Também Hernâni Vaz Antunes foi detido, mas apenas dias depois.

A justiça suspeita de uma "viciação do processo decisório do grupo Altice, em sede de contratação, com práticas lesivas das próprias empresas daquele grupo e da concorrência", que apontam para corrupção privada na forma ativa e passiva e que terá lesado o Estado e a empresa em milhões de euros.
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