Notícia
Telefónica acaba com contratos de assessoria com políticos e empresários
O presidente da multinacional espanhola quis terminar com as ligações a 50 personalidades ligados à política, ao mundo empresarial e aos sindicatos, avança o El Confidencial.
A Telefónica quer afastar-se do mundo político. O novo presidente Jose María Álvares-Pallete terminou 50 contratos que uniam a multinacional de telecomunicações, antiga parceira da ex-Portugal Telecom, a políticos e empresários. A informação é avançada esta quarta-feira, 21 de Dezembro, pelo El Confidencial.
Segundo o jornal espanhol, o novo presidente decidiu cancelar 50 contratos de assessoria prestados por personalidades ligadas à política, vida empresarial e ao movimento sindical, de modo a acabar com a ideia de que a empresa é uma porta-giratória (termo a que se refere a circulação entre nomes de cargos de confiança política e funções no sector empresarial). Uma das notícias que deu conta dessa ligação no caso da Telefónica foi a ajuda a Rodrigo Rato a fugir aos impostos.
Estas assessorias foram herdadas pela Telefónica do mandato de César Alierta, o histórico presidente que esteve na multinacional durante 16 anos. Foi com Alierta que a empresa espanhola fechou a compra da Vivo à PT, movimento que levou depois a empresa portuguesa a entrar no capital da Oi (um negócio que acabou por ditar o fim da PT enquanto tal).
Na notícia avançada pelo jornal espanhol El Confidencial, a decisão de abandonar estes contratos é atribuída ao novo presidente. São identificados alguns políticos, como o socialista José Bono, que o El Confidencial mantém que era assessor da Telefónica apesar do desmentido do próprio. David Madi, identificado como braço direito de Artur Mas na Catalunha, é outro dos nomes citados.
Diz o mesmo jornal que a Telefónica, que não quis fazer comentários, já tinha cortado os vínculos com assessores regionais, de que dispunha para facilitar as ligações com os governos das comunidades autonómicas.
A empresa espanhola tem feito esforços para reduzir a sua dívida, tendo promovido venda de activos (uma delas falhada) e o corte de dividendos.