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Após 16 anos, César Alierta deixa presidência da Telefónica

Prestes a cumprir 16 anos à frente da operadora espanhola Telefónica, César Alierta anunciou que vai deixar o cargo. José María Álvarez foi o nome proposto para substituir o histórico presidente executivo.

29 de Março de 2016 às 12:46
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César Alierta vai deixar a presidência executiva da Telefónica após quase 16 anos no cargo. O nome de Jose Maria Alvarez -Pallete  será proposto para substituir o histórico presidente da operadora espanhola, que foi accionista da PT e sua parceira na criação da operadora móvel brasileira - a Vivo -, na reunião do conselho de administração no próximo dia 8 de Abril.

De acordo com a informação foi divulgada esta terça-feira, 29 de Março, pela Telefónica ao regulador espanhol, CNMV, César Alierta continuará a integrar o conselho de administração da Telefónica e centrará a sua actuação em temas sociais, como Educação Digital, e manterá o cargo de presidente da Fundação Telefónica.

Sob a presidência de César Alierta, a Telefónica passou a ser um actor de destaque no sector das telecomunicações em Espanha e na América Latina, tendo-se tornado um dos operadores líderes nos principais mercados onde marca presença como o Brasil, Alemanha, Espanha e América Latina.

César Alierta também protagonizou um dos grandes negócios do sector em Portugal, em 2010, quando a PT vendeu a Vivo à espanhola por 7,1 mil milhões de euros, tendo depois entrado no capital da brasileira Oi.

No mesmo comunicado, a operadora destaca ainda que durante o seu mandato, Alierta "posicionou Telefónica na vanguarda das telecomunicações globais, antecipando a concorrência na tomada decisões estratégicas, como a amortização de licenças UMTS ou a criação da Telefónica Digital".

A nomeação de Jose Maria Alvarez -Pallete não é uma surpresa, tendo em conta que em 2012 César Alierta designou o responsável para membro executivo da operadora, tendo iniciado o processo de transição que irá concluir-se assim no próximo dia 8 de Abril.

O homem que ajudou a ditar o futuro da PT

A história entre a Telefónica e a Portugal Telecom (PT) data de 2003, quando lançaram a marca Vivo no Brasil, um projecto conjunto das duas operadoras e que hoje conta com mais de 50 milhões de clientes.

A relação entre as duas empresas, na altura presididas por César Alierta e Miguel Horta e Costa, viria a azedar depois da Oferta Pública de Aquisição (OPA) hostil da Sonaecom à PT, em 2006. Na ocasião a accionista Telefónica ficou ao lado da Sonaecom, sob a promessa de ficar com a Vivo se a empresa do norte conseguisse comprar a PT. Em Abril desse mesmo ano, Henrique Granadeiro viria a ocupar a liderança da empresa.

Este processo prolongar-se-ia até 2007. A PT ganhou mas a relação com a parceira espanhola ficou lesada para sempre. Passados três anos, a 11 de Maio, a Telefónica oferece 5,7 mil milhões de euros pelos 50% que a PT detém na Vivo. Uma proposta que depois foi revista em alta para 6,5 mil milhões de euros e que não ficou por aqui.

Em Junho, na véspera da assembleia-geral da PT que iria votar esta operação, a operadora espanhola voltou a aumentar o valor para 7,15 mil milhões de euros.

A oferta da empresa de César Alierta foi aprovada por 74% dos accionistas, no entanto, sofreu um revés depois do Estado, na altura de José Sócrates, ter usado a "golden share" para vetar o negócio, o que levou a Telefónica a alargar o prazo da oferta.

Na altura, o mercado de telecomunicações brasileiro estava em forte explosão, o que levou o Governo a exigir que a PT mantivesse um laço ao Brasil. Nesse seguimento, a 28 de Julho, a PT anuncia a venda da Vivo à Telefónica e a entrada no capital da brasileira Oi.

Em 2013 a PT e a Oi anunciam que tinham decidido avançar para uma combinação de negócios, uma operação que devido à polémica da Rioforte não corre como o previsto. A PT é obrigada a diminuir a sua fatia neste negócio e a passar o ‘buraco’ de quase 900 milhões de euros para outra holding (a PT SGPS, agora Pharol).

No final de 2014 a Oi anuncia ainda a intenção de vender a PT, tendo a Altice ganho a corrida.

Hoje, a PT está nas mãos do grupo francês, e a Telefónica continua com forte presença no Brasil através da Vivo.




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