Notícia
"Golden share" da PT atrasou negócio com a Telefónica
Foi a primeira vez que o Estado usou os seus direitos especiais numa empresa cotada. A 30 de Junho último, o Estado usou a sua "golden share" na PT para impedir a venda da Vivo à Telefónica. Menos de um mês depois, o negócio era acordado por um preço superior.
A notícia caiu como uma bomba atómica entre a comunidade empresarial e financeira. O Estado usara a sua “golden share” para vetar a venda da posição da PT na Vivo, por 7,15 mil milhões de euros, contra a vontade da maioria dos accionistas da operadora.
Apesar de 74% dos accionistas representados na assembleia geral da empresa liderada por Zeinal Bava terem apoiado o negócio, incluindo o Banco Espírito Santo, o Estado usou os direitos especiais que lhe são conferidos pelas suas 500 acções douradas para impedir a venda.
José Sócrates justificou a decisão do Governo. “A ‘golden share’ serve para ser utilizada quando é necessário”, afirmou o primeiro-ministro, no dia da AG. “Quer os que queriam comprar, quer os que eram consultados na Assembleia Geral da PT, todos os accionistas, em particular a Telefónica, sabiam qual era a posição do Governo e penso que a deviam ter em conta, porque quando o Governo fala está a interpretar, naturalmente como lhe compete, os interesses nacionais”, esclareceu.
Nos primeiros dias após a decisão, chegou a temer-se que a decisão do Estado quebrasse a coesão do núcleo duro de accionistas da PT, levando à ruptura entre a tutela pública e o BES, maior accionista português da empresa. Ricardo Salgado, líder do banco, afirmou publicamente “não compreender” a decisão do Governo. E considerou “grave” se o veto estatal impedisse a venda da Vivo.
A decisão do Governo acabou por permitir à PT e aos seus accionistas ganhar tempo para valorizar a posição da empresa na Vivo e obter um acordo de princípio para a entrada do grupo na Oi, outra operadora de telecomunicações brasileira. Isto apesar de a 8 de Julho, o Tribunal de Justiça Europeu ter considerado ilegal a “golden share” na operadora liderada por Bava.
Menos de um mês depois do veto, a 28 de Julho, a PT fechou um acordo para vender a Vivo por 7,5 mil milhões de euros e acordava negociar a entrada na Oi. “A defesa intransigente do interesse estratégico foi absolutamente essencial para que a PT pudesse fazer um excelente negócio”, congratulou-se Sócrates, nesse mesmo dia.
Apesar de 74% dos accionistas representados na assembleia geral da empresa liderada por Zeinal Bava terem apoiado o negócio, incluindo o Banco Espírito Santo, o Estado usou os direitos especiais que lhe são conferidos pelas suas 500 acções douradas para impedir a venda.
Nos primeiros dias após a decisão, chegou a temer-se que a decisão do Estado quebrasse a coesão do núcleo duro de accionistas da PT, levando à ruptura entre a tutela pública e o BES, maior accionista português da empresa. Ricardo Salgado, líder do banco, afirmou publicamente “não compreender” a decisão do Governo. E considerou “grave” se o veto estatal impedisse a venda da Vivo.
A decisão do Governo acabou por permitir à PT e aos seus accionistas ganhar tempo para valorizar a posição da empresa na Vivo e obter um acordo de princípio para a entrada do grupo na Oi, outra operadora de telecomunicações brasileira. Isto apesar de a 8 de Julho, o Tribunal de Justiça Europeu ter considerado ilegal a “golden share” na operadora liderada por Bava.
Menos de um mês depois do veto, a 28 de Julho, a PT fechou um acordo para vender a Vivo por 7,5 mil milhões de euros e acordava negociar a entrada na Oi. “A defesa intransigente do interesse estratégico foi absolutamente essencial para que a PT pudesse fazer um excelente negócio”, congratulou-se Sócrates, nesse mesmo dia.