Notícia
Portugal Telecom e Oi afundam mais de 7%
As quedas acontecem depois dos obrigacionistas da Oi terem dado luz verde à venda da PT Portugal aos franceses da Altice e de se saber que a PT SGPS pode vir a incorrer numa coima da CMVM no valor de até cinco milhões de euros.
A Portugal Telecom liderou as quedas na bolsa de Lisboa na sessão desta terça-feira, 27 de Janeiro. A PT SGPS fechou a negociação a cair 7,52% para 76,2 cêntimos.
O cenário também é vermelho no outro lado do Atlântico, com a Oi a perder 7,13% para 6,12 reais.
Foi na segunda-feira, 26 de Janeiro, que os detentores de dívida da brasileira Oi estiveram reunidos. Do encontro saiu luz verde para a venda da PT Portugal aos franceses da Altice por 7,4 mil milhões de euros.
Este dinheiro vai ser usado na sua "totalidade" para pagar dívidas da empresa ou para efectuar aquisições que "tenham como objectivo a consolidação do sector de telecomunicações no Brasil, inclusive aquisição de participações em outras operadoras de telefonia móvel".
A Oi também reforçou que "não realizará o pagamento de dividendos a seus accionistas, conforme declarados em relação aos exercícios sociais encerrados em 31 de Dezembro de 2014 e 2015".
Hoje também ficou a saber-se que a PT SGPS pode vir a incorrer numa coima de 25 mil euros a cinco milhões de euros pelo regulador de mercado.
Isto pode vir a acontecer se a CMVM concluir que a empresa não prestou informações "completas, verídicas, actuais, claras, objectivas e lícitas" em relação à dívida do Grupo Espírito Santo (GES) contraída pela empresa.
A CMVM está actualmente a analisar o processo e o relatório da consultora PwC admite que a companhia pode vir a incorrer numa contra-ordenação muito grave.
O relatório da PwC também analisou as aplicações da PT em empresas do Grupo Espírito Santo desde 2012 - são 40 no total.
Para financiar a compra da PT Portugal, a Altice recorreu aos mercados para pedir dinheiro emprestado. Assim, a Altice emitiu 4,6 mil milhões de euros em obrigações e a operação foi um sucesso, com a emissão a ser subscrita "múltiplas vezes", segundo um banqueiro citado pela Reuters.