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Patrick Drahi reconhece que equipa de gestão cometeu “erros estúpidos”

Numa reunião com trabalhadores da Altice, Patrick Drahi reconheceu que a equipa de gestão cometeu erros e garantiu não estar preocupado com a dívida do grupo.

Reuters
18 de Outubro de 2023 às 10:20
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O fundador da Altice, Patrick Drahi, admitiu que a equipa de gestão cometeu erros "baseados na confiança" e que não deveriam ter centralizado as decisões de compras com os fornecedores da empresa. O gestor falava na primeira reunião que aceitou ter com os sindicatos da Altice, por videoconferência, desde que foi noticiado a investigação que levou à detenção de responsáveis do grupo, no âmbito da Operação Picoas, que tem como principal alvo Armando Pereira, cofundador do grupo.

De acordo com a transcrição dos sindicatos franceses, consultada pela Bloomberg, Drahi, que participou no encontro a partir de Tel Aviv,  disse que "foi estúpido centralizar as compras" da empresa. 

Como foi noticiado ontem pela Bloomberg, com base em vários testemunhos e documentos, tanto os trabalhadores, como sindicatos e consultoras já tinham revelado preocupações relativamente às relações da Altice com os seus maiores fornecedores. Os executivos da Altice, inclusive nos patamares mais elevados, terão sido informados de problemas de governação, licitações potencialmente fraudulentas em contratos e alegado nepotismo, todos associados a Armando Pereira.


Durante o encontro com os representantes dos trabalhadores, que decorreu na terça-feira, o gestor também admitiu que "foi um grande erro" escolher a chinesa Huawei como fornecedora. Durante anos, funcionários, sindicatos e consultores externos expressaram preocupações sobre o relacionamento da empresa com alguns de seus maiores fornecedores, incluindo Huawei.

Dívida é "um não problema"


No que toca à dívida do grupo, o responsável disse que não era um problema. "Não há nada  [a vencer] antes de 2027, exceto 1,5 mil milhões de euros em 2025, isso é um não problema", disse, questionado sobre o vencimento da dívida do grupo.Patrick Drahi mostrou-se também confiante de que "as taxas [de juro] vão  descer", devido à atual situação geopolítica.


O grupo está a avaliar vender ativos, incluindo uma participação na operadora de telecomunicações que detém no mercado francês, a  SFR, a um fundo. 
No entanto, apesar de estar a gerar bastante interesse, Drahi assegurou que não tem intenções de vender o negócio de media em França que diz ser "estratégico", e onde se inclui o canal de televisão  BFMTV.

A empresa também estará a avaliar vender parte da operação em Portugal, onde detém a dona da Meo (Altice Portugal).

Na base da investigação judicial estão suspeitas de uma viciação do processo decisório do Grupo Altice, em sede de contratação - com práticas lesivas das próprias empresas do grupo e da concorrência, que apontam para corrupção privada na forma ativa e passiva.  

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