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Operadores criticam entrada "a pés juntos" da Anacom

A Nos fala num regulador "irritado" que "está contra os operadores". A Vodafone numa entrada a pés juntos. E a dona da Meo disse que estão "preocupados" com a posição que têm visto da Anacom.

27 de Setembro de 2018 às 18:23
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Apesar de rivais, as três principais operadoras em Portugal uniram-se para criticar, e lamentar, a posição da Anacom manifestada pelo presidente do regulador no Congresso das Comunicações.

 

No debate do Estado da Nação das Comunicações, o mais aguardado do simpósio, os líderes da Altice Portugal, Nos e Vodafone não esconderam a crispação com o presidente da Anacom. Alexandre Fonseca, que se estreou no Congresso enquanto CEO da dona Meo, foi o primeiro a ter a palavra. "Em relação ao ‘fair play’ (entre operadores) penso que a nossa posição é pública. É a posição que temos sentido do regulador que nos preocupa", começou por sublinhar. 

 

"Aquilo a que assistimos hoje aqui também nos deixa igualmente preocupados. O regulador representa o Estado. E o Estado exige uma posição séria e de dignidade", acrescentou. Um comentário que mereceu um forte aplauso dos presentes no auditório.

 

Alexandre Fonseca referia-se à intervenção feita minutos antes pelo presidente do regulador, na qual, por exemplo, criticou o facto de os operadores dizerem que não tiveram conhecimento de determinada decisão ou anúncio quando foram chamados a participar no processo. "Diálogo não é um monólogo", atirou Alexandre Fonseca.  "Quando falo em diálogo é aquilo que o regulador nos habitou no passado", acrescentou.

 

Já o CEO da Vodafone Portugal, Mário Vaz, disse em tom de brincadeira: "Ainda bem que o regulador nos elogiou (aos operadores). Ainda bem. Caso contrário, que faria se não nos tivesse elogiado", disse, referindo-se aos elogios da Anacom sobre o desenvolvimento do sector. 

 

"O sector das comunicações é muito mais do que a regulação. A regulação não pode ser o centro do debate do sector". E rematou, olhando para o presidente da Anacom: "Fiquei surpreendido com esta sua entrada a pés juntos, usando uma expressão futebolística". 

 

Por sua vez, Miguel Almeida, CEO da Nos, aproveitou para destacar que era necessário que não restassem "dúvidas quanto à nossa leitura de importância do regulador neste sector, que tem um papel importante para  o seu desenvolvimento do sector". "Ainda não nos tínhamos sentado aqui e vi um regulador irritado", lamentou.

 

"O regulador está claramente contra os operadores. São acusações atrás de acusações. Provocações, como disse na sua intervenção. É difícil de entender. Não me aprece que seja o papel institucional que se espera do regulador.  Mas não vou repetir o que o Mário (Vaz) e o Alexandre (Fonseca) disseram de forma apaixonada.

 

E nem do presidente dos CTT Cadete de Matos escapou às críticas, com Francisco de Lacerda a criticar as decisões da Anacom.

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