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Meo ganha clientes mas ainda perde receitas no arranque de 2018

A operadora de telecomunicações acredita que vai começar a aumentar as vendas nos próximos trimestres, em resultado dos ganhos de quota de mercado registados pela Altice pelo segundo trimestre consecutivo.

17 de Maio de 2018 às 09:37
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As receitas do Meo quebraram 4,5% no primeiro trimestre de 2018, uma variação negativa que atribui à "perda de quota de mercado verificada no passado". É que nos primeiros três meses deste ano, à semelhança do que tinha sucedido nos últimos três de 2017, a empresa reclama ganhos de quota de mercado.

 

Tendo "[capturado] cerca de 65% das adições líquidas, quando comparado com os dois principais concorrentes", numa nota de imprensa divulgada esta quinta-feira, 17 de Maio, a Altice Portugal sublinha a crença de que este crescimento suporta "a ambição de recuperar receita nos trimestres seguintes".

 

"Seguros de que a forte performance comercial é solida e sustentável, a Altice Portugal mantém absolutamente inalterado o seu plano de investimentos: independentemente da variação de receitas reportada, a empresa investiu no primeiro trimestre de 2018 105 milhões de euros, o mesmo valor investido no período homólogo", lê-se na mesma nota. 

 

Numa análise por segmentos, o Meo conquistou "um número recorde" de 49 mil clientes de fibra entre Janeiro e Março, ficou com uma fatia de 65% do crescimento do mercado TV e, face aos dois principais concorrentes (Nos e Vodafone), reclama ainda ter capturado 46% e 47% das adições líquidas na banda larga fixa e no móvel pós-pago, respectivamente.

 

Início do "plano de recuperação operacional" na Europa

 

Patrick Drahi decretou esta quinta-feira que "a Altice Europe começou a cumprir o seu plano de recuperação operacional, mostrando as melhores tendências de subscrição algumas vez registadas". A declaração do fundador e maior accionista surge na sequência do anúncio de que o grupo de telecomunicações conseguiu ganhar clientes em França e nos outros mercados europeus, como Portugal, durante o primeiro trimestre de 2018.

 

A nível internacional, a operadora destacou os 71 mil clientes dos serviços de televisão paga, banda larga e telefone fixo que ganhou em termos líquidos nos primeiros três meses do ano e apenas no mercado francês, sobretudo à custa das perdas anunciadas pela concorrente Iliad, detida pelo multimilionário Xavier Niel. Em igual período do ano passado, abrangendo também a empresa SFR (liderada pelo português Armando Pereira) que faz parte do grupo, a Altice tinha perdido 35 mil subscritores no país.

 

Citado pela agência Bloomberg, o director financeiro da Altice Europe congratulou-se com estes ganhos comerciais e disse "sentir que há mais melhorias a caminho". "Os números falam por si", completou Dennis Okhuijsen, que tem como dor de cabeça a multa de 124,5 milhões de euros aplicada pela Comissão Europeia em Abril, por considerar que a Altice tomou o controlo da PT Portugal antes da aprovação de compra de Bruxelas.

 

E os números divulgados pela empresa, que em Novembro substituiu o CEO Michel Combes, apontam para um lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) ajustado de 1,26 mil milhões de euros. Ficou 2,3% abaixo do valor homólogo, mas, ainda assim, ligeiramente acima do previsto pelos analistas. No final de Março, a dívida líquida na Europa ascendia a 32,2 mil milhões de euros.

 

A empresa assinala ainda nesta nota que está "bem avançado" o plano de alienações, que inclui a venda das cerca de três mil antenas móveis em Portugal e outras dez mil em França, assim como outros activos na República Dominicana. Também o "spin off" da Altice USA, visando libertar esta operação das amarras europeia e já anunciado no início do ano, deverá avançar no terreno durante o mês de Junho.

 

Em Portugal, a operadora de telecomunicações que comprou a PT está a aguardar a decisão final da Autoridade da Concorrência sobre a intenção de compra da Media Capital. Na semana passada, numa passagem por Portugal, Patrick Drahi mostrou-se confiante e expectante quanto ao sucesso do polémico negócio: "Nada mudará a minha confiança. Não depende de mim. Se algo não depende de mim, só posso esperar".

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