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Drahi: "Nada mudará a minha confiança" na compra da Media Capital
Patrick Drahi veio a Portugal, onde, admitindo que não dependa de decisão sua, disse que nada mudará a confiança de que o negócio da compra da Media Capital pela Meo se vai concretizar. Reiterou ainda que a Altice vai contestar a multa da Comissão Europeia.
Admitindo que a decisão final não depende de si, mas da Autoridade da Concorrência (AdC), Patrick Drahi, dono da Altice, remeteu para Alexandre Fonseca, CEO da Altice Portugal, também presente, as questões relacionadas com a intenção de compra da Media Capital pela Meo.
Alexandre Fonseca apenas disse que a empresa continua à espera do "veredicto" da AdC. Ainda assim, Drahi mostrou confiança: "Nada mudará a minha confiança. Não depende de mim. Se algo não depende de mim, só posso esperar", acrescentou à margem de uma sessão na Universidade Católica.
Esta segunda-feira o Expresso revelou que a Altice deu oito garantias à Autoridade da Concorrência para que a compra da dona da TVI avance. São oito compromissos que a empresa dá às autoridades portuguesas para que o negócio não seja bloqueado. Neste momento decorre uma investigação aprofundada ao negócio no regulador português.
Já sobre a venda das torres de telecomunicações, Patrick Drahi disse que a empresa está apenas a seguir uma tendência do mercado. Foi em Março que a Altice anunciou que iria vender três mil torres de telecomunicações. "Existem várias ofertas de todo o mundo", revelou o dono da Altice, ressalvando que o negócio ainda não está fechado. Dahi acrescentou apenas que são "muitas" as torres que vão ser vendidas e que existe "grande interesse", mas que só venderá "se tiver uma boa oferta". "Não sou um vendedor [por natureza]", comentou.
"Vamos para tribunal para contrariar a decisão", anunciou Patrick Drahi, afirmando que discorda "completamente" da avaliação da Comissão Europeia.
Esta reacção chega depois de no final do mês passado a Comissão Europeia ter anunciado uma multa de 124,5 milhões de euros à Altice. Em causa está a compra da PT Portugal sem a luz verde de Bruxelas. Segundo as autoridades europeias, a "Altice infringiu quer a notificação quer as obrigações determinadas [de não implementar a compra antes do 'ok' dos supervisores]", o que a Comissão Europeia considera serem graves "porque mina o efectivo funcionamento do sistema de controlo das fusões europeias".
(Notícia actualizada com mais informação e título alterado)