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Lucros dos CTT caem 3,8% para 50,6 milhões até Setembro
O resultado líquido dos CTT caiu 3,8% para 50,6 milhões de euros os primeiros noves meses do ano face ao mesmo período de 2014, uma queda influenciada por gastos não recorrentes de 7,7 milhões, dos quais quase cinco milhões relacionados com o Banco CTT.
Os CTT fecharam os nove primeiros meses do ano com lucros de 50,6 milhões de euros, uma queda de 3,8% face ao mesmo período do ano passado, segundo um comunicado emitido à CMVM esta quarta-feira, 4 de Novembro.
Esta queda é justificada "por um conjunto de gastos não recorrentes de 7,7 milhões de euros, dos quais 4,8 milhões relacionados com o Banco CTT" o mais recente projecto da área financeira do grupo que deverá abrir portas ainda este ano. Além disso, o banco postal dos CTT "também já representou gastos recorrentes de 2,8 milhões de euros".
Excluindo estes gastos extra, os lucros teriam crescido 6,9% para 56,3 milhões de euros.
"Temos um resultado relativo aos nove primeiros meses do ano sólido, que continua a tendência que temos vindo a registar", disse ao Negócios Francisco Lacerda, presidente dos CTT.
Para o gestor, "esta consistência da rentabilidade e dos custos de actividade permite apoiar o nascimento e implantação do Banco CTT", acrescentou o gestor, sem detalhar mais pormenores sobre a abertura do banco postal.
"Será neste trimestre", disse Francisco Lacerda, relembrando que a implementação deste novo projecto do grupo será feito em duas fases: soft opening, ainda este trimestre, com o lançamento de alguns serviços do Banco CTT em alguns balcões e no primeiro trimestre do próximo ano "com um número de lojas alargado".
O restante valor destes gastos não recorrentes estão relacionados com o recente processo de redução de pessoal em Espanha.
Já o EBITDA recorrente (antes de rendimentos e gastos não recorrentes) melhorou 3% para 104,8 milhões, contribuindo o segmento do correio com 70%, os serviços financeiros com 29% e o expresso e encomendas com 1%. "Excluindo os gastos recorrentes com o Banco CTT, o EBITDA (resultado antes de juros, impostos, amortizações e depreciações) cresceu 5,8%em termos comparáveis", sublinha o grupo no comunicado.
No total, até Setembro, os proveitos dos CTT cresceram 1,9% para 538,1 milhões de euros.
As receitas do segmento de Correios aumentaram 2,6% para 411 milhões de euros, em resultado do aumento do preço médio de 4,1% e do efeito cambial no correio internacional, apesar da queda do tráfego de correio em 3,1%.
O serviço Expresso e Encomendas seguiu a mesma tendência, com as receitas a aumentarem 2,2% para 96 milhões de euros impulsionadas pelo crescimento do tráfego em 4,6%.
No campo financeiro, os rendimentos cresceram 6,3% para 57,9 milhões de euros, "mantendo esta alavanca como fundamental no crescimento global dos CTT e abrindo caminho para o Banco CTT", sublinha a empresa.
Neste segmento, os produtos de poupança destacam-se, tendo as captações superado os 3,4 mil milhões de euros com um aumento de rendimentos de 26,4% face aos primeiros nove meses de 2014.
Já o negócio de pagamentos e serviços destaca-se pela negativa, tendo mantido "o efeito negativo da oferta integrada dos operadores de telecomunicações, com forte redução dos pré-pagos e dos consequentes carregamentos".
No que toca aos gastos financeiros, houve um aumento de 1,7% para 433,3 milhões de euros, "fundamentalmente devido à mensualização dos incentivos variáveis e aos aumentos salariais compensados parcialmente pela redução dos gastos decorrentes do novo plano de saúde".
No acumulado até Setembro o investimento dos CTT situou-se em 15,5 milhões de euros, um valor 206,2% superior ao registado no mesmo período de 2014 (+10,4%). O Banco CTT recebeu 9 milhões de euros deste bolo total.
Quanto ao memorando de entendimento com a Altice, dona da PT Portugal, os CTT adiantam que "foram iniciadas no terceiro trimestre as negociações no que toca ao detalha das parcerias comerciais específicas", nomeadamente a optimização conjunta das redes de retalho.
(Notícia actualizada às 18:08)