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Altice admite vender activos para reduzir dívida
O administrador financeiro da Altice, Dennis Okhuijsen, quer regressar ao básico. O objectivo da dona da Meo é, depois de perder quase de metade do seu valor de mercado, reduzir a dívida.
A Altice não exclui a venda de activos e admite que, para já, não haverá mais fusões e aquisições. O regresso ao básico é a regra, afirmou, em Barcelona, o administrador com o pelouro financeiro e CEO para a Europa da dona da Meo, Dennis Okhuijsen.
"No futuro, o foco vai ser na redução da dívida. Não vai haver fusões e aquisições. Vamos regressar ao básico", disse o responsável durante a conferência da Morgan Stanley com analistas dedicada aos sectores de tecnologia, media e telecomunicações na Europa.
O novo presidente executivo para a Europa também não exclui vender alguns activos, de menor dimensão, como torres de comunicações. "Activos de negócios pequenos e não essenciais podem vir a ser vendidos", disse Dennis Okhuijsen
Dennis Okhuijsen sublinhou por diversas vezes que o foco da Altice e desalavancar a dívida que ascende a 50 mil milhões de euros. Para a Europa, a meta é reduzir o actual rácio de "5 vezes o EBITDA para 4 vezes o EBITDA".
No mesmo evento, Patrick Drahi, o líder da empresa, assume que a Altice não tem olhado de forma adequada para os problemas operacionais. "Não é um problema de concorrência, nem de qualidade da rede e do serviço, mas uma falha na forma como lidamos os detalhes na gestão dos consumidores".
Porém, o líder do grupo sublinhou que o plano anteriormente delineado para o mercado francês, onde perdeu 750 mil clientes, "vai manter-se".
"Esperamos estabilizar o EBITDA este ano e, no próximo, crescer até". "Temos de ter os clientes satisfeitos para ficarem connosco". Por isso, "o plano a longo prazo para França mantém-se", reforçou, referindo-se à aposta em conteúdos.
Questionado sobre as estimativas da evolução do investimento operacional (Capex), o fundador da Altice referiu que não podem "travar o capex, uma vez que é fundamentar para sustentar o futuro crescimento".
Dando o rebranding global do grupo como exemplo, Patrick Drahi explicou que o investimento é para continuar, apesar de admitir que algumas estratégias possam sofrer alguns atrasos. "Se vamos parar o investimento na mudança para a marca global Altice em França [prevista para o primeiro trimestre]? Não, mas talvez haja um atraso" na implementação", comentou.
O tema da reestruturação na SFR, que levará à saída de cerca de 5 mil pessoas da operadora francesa, também foi abordado na conferência. "O grande impacto será sentido no próximo ano", disse Patrick Drahi.
"Não acordo a pensar hoje vou despedir. Não é a minha filosofia", referiu. No entanto, relembro que estes processo têm de respeitar as leis do país. "Há um número de pessoas que tem de sair. E quando ninguém levanta a mão, o que fazemos? Não podemos escolher com base em ser boa ou má pessoa", referiu o líder da Altice, um comentário que gerou alguns risos na sala onde decorria a conferência.
(Notícia actualizada às 13:43 com mais informações)