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Acções da Altice já perderam metade do valor em pouco mais de uma semana

Os títulos da operadora desvalorizaram pela oitava sessão consecutiva para negociarem no valor mais baixo desde Abril de 2014.

Bruno Simão
14 de Novembro de 2017 às 18:38
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As acções da francesa Altice já perderam praticamente metade do seu valor desde que a empresa apresentou os seus resultados do terceiro trimestre, a 2 de Novembro.

Na bolsa de Amesterdão, a operadora perdeu terreno pela oitava sessão consecutiva esta terça-feira, 14 de Novembro, e atingiu mesmo o valor mais baixo em mais de três anos e meio. As acções encerraram a sessão a descer 13,17% para 8,90 euros, depois de terem chegado a afundar um máximo de 20,70% para 8,128 euros, a cotação mais baixa desde Abril de 2014 e que corresponde a cerca de metade da cotação de fecho de 2 de Novembro.

Durante o dia de hoje, trocaram de mãos quase 25 milhões de títulos, muito acima da média diária dos últimos seis meses, que não vai além dos três milhões.

Com a descida registada esta terça-feira, sobe para 45% a desvalorização acumulada nas últimas oito sessões, em que as acções estiveram a reagir aos resultados do terceiro trimestre, às estimativas mais pessimistas para os números deste ano e à demissão do CEO Michel Combes. Combes foi substituído por Dexter Goei, que por sua vez vê o seu lugar ser ocupado por Patrick Drahi enquanto chairman do grupo.

A tendência negativa iniciou-se na sessão de 3 de Novembro, em que as acções afundaram 22,59%, depois de a empresa ter revelado que, entre Julho e Setembro, o EBITDA ajustado subiu 1,8% para os 2,36 mil milhões de euros e as receitas caíram 1,8% para 5,76 mil milhões de euros, valores abaixo do esperado pelos analistas. Além disso, a operadora que é dona da Meo em Portugal e lançou uma OPA sobre a Media Capital cortou as estimativas de lucros para o conjunto do ano, com as contas a serem penalizadas pelo plano de reestruturação implementado em França.

As acções voltaram a protagonizar uma forte descida a 9 de Novembro, dia em que foi conhecida a demissão do CEO do grupo, Michel Combes, e a reorganização da gestão da empresa. Combes estava há mais de um ano no cargo (desde Junho de 2016) e os motivos para a sua saída não foram revelados.

A queda das acções na sessão de hoje surge depois de vários analistas terem cortado a avaliação da cotada, na sequência dos resultados abaixo do esperado e do elevado valor da dívida, que atingiu 49,6 mil milhões de euros no terceiro trimestre. Segundo a Reuters, o Morgan Stanley reduziu o preço-alvo em 34%, para 13,50 euros, tendo revisto em baixa as estimativas de resultados.  

Desde o início do ano, a Altice já perdeu 52,74% em bolsa, tendo a sua capitalização bolsista descido para 14,29 mil milhões de euros. 

Administração em peso na SFR para tranquilizar colaboradores

O chairman da empresa, Patrick Drahi, esteve pessoalmente esta terça-feira na sede da subsidiária SFR em Saint-Denis, arredores de Paris, onde respondeu durante hora e meia a perguntas dos 10.000 colaboradores, conta a agência France Presse, que cita fonte interna da empresa.

Drahi não esteve só: ao lado do presidente estiveram também Armando Pereira, agora director operacional da Altice Telecom, Alain Weill, director-geral da SFR, Dexter Goei, director-geral da Altice e Dennis Okhijsen, administrador financeiro.

A mensagem central do presidente foi de simplificação e melhoria de relação com os clientes: "Continuaremos a estratégia de investimento na rede, a qualidade do serviço e a experiência dos nossos clientes", defendendo que os investimentos feitos levarão tempo a dar frutos, em particular a compra de direitos de transmissão da Liga dos Campeões (370 milhões de euros por ano), em vigor a partir de meados do ano que vem.

"Empenho-me pessoalmente ao vosso lado: pelo futuro da Altice e da SFR", garantiu.

Segundo membros dos sindicatos presentes no local (Abdelkader Choukrane e Pascale Fichaut, representantes do sindicato Unsa-SFR) Patrick Drahi estava no local para tranquilizar os colaboradores, mas terá deixado outra mensagem: a de que que o castigo dos investidores à empresa em bolsa nos últimos dias "é para levar a sério".



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