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Parlamento Europeu convoca Mark Zuckerberg para explicar uso de dados do Facebook

O presidente do Parlamento Europeu instou o fundador do Facebook a comparecer no plenário da UE para "clarificar, diante dos representantes de 500 milhões de europeus, que os dados pessoais não são usados para manipular a democracia".

Bruno Simão/Negócios
20 de Março de 2018 às 17:11
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O presidente do Parlamento Europeu, Antonio Tajani, instou hoje o fundador e administrador executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, a prestar contas aos eurodeputados sobre o uso de dados de cidadãos europeus na sequência do escândalo da Cambridge Analytica.

"Convidamos Mark Zuckerberg para vir ao Parlamento Europeu porque o Facebook precisa de clarificar, diante dos representantes de 500 milhões de europeus, que os dados pessoais não são usados para manipular a democracia", escreveu Tajani no Twitter.

O pedido surge numa altura em que têm saído notícias de que uma empresa com sede no Reino Unido, a Cambridge Analytica, usou indevidamente informação do Facebook para ajudar o candidato republicano Donald Trump a ganhar as presidenciais norte-americanas em 2016. A empresa, acusada de usar a informação de mais de 50 milhões de contas do Facebook, nega qualquer utilização indevida.

O líder da Eurocâmara já tinha anunciado na segunda-feira a sua intenção de pedir responsabilidades.

"As alegações de uso indevido de dados de utilizadores do Facebook é uma inaceitável violação dos direitos de privacidade dos cidadãos", salientou Tajani na segunda-feira.

A consultora Cambridge Analytica obteve, em 2014, informação relativa a mais de 50 milhões de utilizadores do Facebook nos Estados Unidos e usou-a para construir um programa informático destinado a prever as decisões dos eleitores e, por isso mesmo, influenciá-los, revelaram no sábado os diários London Observer e o New York Times.

Uma comissão parlamentar do Reino Unido já tinha anunciado hoje que convocou Mark Zuckerberg para responder sobre o alegado uso de dados da rede social para influenciar indevidamente processos eleitorais.

Por outro lado, a comissária da informação do Reino Unido, Elizabeth Denham, também já disse que vai usar todos os poderes ao seu alcance para investigar o Facebook e a Cambridge Analytica.

A comissária está a tentar obter um mandato para fazer uma busca aos servidores da Cambridge Analytica.

O método de colheita de dados usado pela Cambridge Analytica também motivou investigações por parte da União Europeia, bem como de responsáveis federais e estaduais nos Estados Unidos.

A Comissão de Protecção de Dados da Irlanda (DPC) informou hoje que vai analisar o uso da publicidade política no Facebook, também devido ao alegado uso indevido de dados por parte da Cambridge Analytica.
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