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Petróleo suplanta dissabores das redes sociais e coloca Wall Street no verde
As bolsas do outro lado do Atlântico encerraram em ligeira alta, com o bom desempenho dos títulos da energia, em especial do petróleo, a levar a melhor sobre os reveses das tecnológicas na esteira da forte derrapagem do Facebook.
O Dow Jones fechou a sessão desta terça-feira a somar 0,47% para 24.727,27 pontos e o Standard & Poor’s 500 avançou 0,12% para 2.716,31 pontos.
Por seu lado, o tecnológico Nasdaq Composite registou uma subida de 0,27% para 7.364,30 pontos.
As praças bolsistas norte-americanas inverteram assim das perdas com que iniciaram a semana, e a impulsionar esteve sobretudo o sector da energia, com destaque para as petrolíferas.
Os preços do crude estiveram a recuperar dos desaires da véspera e somaram mais de 2% em Londres e Nova Iorque, animados pela recomendação, por parte do Barclays, de investimento neste sector.
O "ouro negro" conseguiu assim fazer frente às tecnológicas, que continuaram a ser pressionadas pelos títulos do Facebook [encerrou a cair 2,56% para 168,15 dólares, depois de ontem ter afundado 6,77% no fecho] após se saber que os dados de 50 milhões de utilizadores foram usados indevidamente para influenciar as eleições norte-americanas de Novembro de 2016 e o desfecho do referendo do Reino Unido que resultou no Brexit, em Junho desse mesmo ano.
Outras cotadas ligadas a redes sociais e aplicações, como o Twitter e a Snap – detentora do Snapchat – acabaram por ser negativamente influenciadas por estes dissabores da rede social co-fundada por Mark Zuckerberg.
No entanto, o Nasdaq conseguiu encerrar em terreno positivo, com a ajuda das biotecnologias.
Os investidores continuam atentos a várias frentes: um potencial acordo sobre os termos do Brexit, na cimeira europeia desta quinta e sexta-feira, bem como a imposição – pelos EUA – de novas tarifas alfandegárias sobre o aço e alumínio a partir de sexta-feira.
Mas há mais. Hoje, o The Washington Post avançou que o presidente de Estados Unidos, Donald Trump, está preparado para impor um pacote de tarifas alfandegárias à China, no valor de 60.000 milhões de dólares, e que isso pode acontecer já esta sexta-feira. A concretizar-se, Trump cumprirá assim uma ameaça que tem vindo a lançar desde a sua campanha eleitoral.
Segundo aquele jornal, a possibilidade de esse pacote de medidas ser aprovado esta sexta-feira foi confirmada por quatro funcionários do governo norte-americano. O novo assessor económico de Trump, Larry Kudlow, tem-se mostrado contra a imposição generalizada de medidas proteccionistas, mas sublinhou que a China é responsável pelas tarifas que os EUA pensam aplicar-lhe.
Escusado será dizer que as recentes tensões inflacionistas do outro lado do Atlântico (que poderão levar a Fed a subir juros quatro vezes este ano – podendo a primeira delas ser anunciada já amanhã), aliadas à potencial guerra comercial entre os EUA e a China, têm mantido os mercados num alto nível de incerteza.