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Merkel condena Twitter: Decisão de bloquear Trump é "problemática"

A chanceler alemã critica a decisão da rede social de expulsar o presidente dos EUA, juntando-se a um coro crescente de condenações à ação do Twitter.

12 de Janeiro de 2021 às 11:15
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A chanceler alemã Angela Merkel alinhou-se com outras figuras políticas na Europa nas críticas ao Twitter, depois de a rede social ter decido banir a conta do presidente dos Estados Unido, Donald Trump, na sequência dos protestos em Washington.

"O direito à liberdade de opinião é de uma importância fundamental", afirmou Steffen Seibert, porta-voz principal de Merkel, em declarações aos jornalistas em Berlim, citadas pela Reuters.

"Perante isso, a chanceler considera problemático que as contas do presidente tenham sido suspensas de forma permanente", acrescentou.

Seibert sublinhou ainda que, embora o Twitter estivesse certo em sinalizar os tweets imprecisos de Trump sobre as eleições de 2020 nos Estados Unidos, a decisão de bloquear por completo a sua conta foi longe demais. Até porque, explicou, cabe aos governos, e não às empresas privadas, decidir sobre quaisquer limitações à liberdade de expressão.

Merkel juntou-se assim a um coro crescente de vozes que tem condenado a atuação da rede social, incluindo o ministro da Saúde britânico, Matt Hancock e o comissário europeu do Mercado Interno, Thierry Breton, que se mostrou "perplexo" com a decisão de várias plataformas digitais de suspender o Presidente norte-americano cessante, Donald Trump.

"Não é apenas uma confirmação do poder destas plataformas, mas revela também profundas fraquezas na forma como a nossa sociedade está organizada no espaço digital", sublinhou o comissário europeu num artigo de opinião publicado no jornal 'online' Politico.

Para Thierry Breton, os incidentes da passada semana evidenciaram que existe "um antes e um depois no papel das plataformas digitais na democracia".

Isto porque, ao fazerem este bloqueio a Trump com o argumento de que as suas mensagens ameaçavam a democracia e incitavam ao ódio e à violência, as plataformas "reconheceram a sua responsabilidade, dever e meios para impedir a disseminação de conteúdos virais ilegais e já não podem esconder a sua responsabilidade para com a sociedade, argumentando que se limitam a prestar serviços de acolhimento", sustentou o responsável europeu.

A decisão do Twitter foi conhecida no final da semana passada, depois de apoiantes de Donald Trump terem entrado em confronto com as autoridades e invadido o Capitólio, em Washington, na quarta-feira, enquanto os membros do congresso estavam reunidos para formalizar a vitória do Presidente eleito, Joe Biden, nas eleições de novembro passado.

As violentas manifestações, que causaram pelo menos cinco mortos, foram incentivadas por Donald Trump e organizadas maioritariamente através das redes sociais, o que levou plataformas como Facebook e Twitter a suspender temporariamente o Presidente norte-americano cessante.

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