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Facebook paga 42 dólares por cada utilizador da WhatsApp

Negócio foi fechado num jantar a 9 Fevereiro entre Mark Zuckerberg e o co-fundador da WhatsApp, que tem 450 milhões de utilizadores e conquista um milhão todos os dias. O valor do negócio, superior ao que o Facebook encaixou com o IPO, está a ser questionado pelos analistas, já que é incerto como vai gerar receitas.

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A aquisição da WhatsApp pelo Facebook, por 19 mil milhões de dólares, está a marcar o dia nos mercados esta quinta-feira, pelo valor que envolve e pela estratégia da empresa de Mark Zuckerberg em garantir que está um passo à frente no negócio das mensagens.

 

O Facebook anunciou quarta-feira à noite que chegou a acordo para comprar a WhatsApp mediante o pagamento de 4 mil milhões de dólares em dinheiro, 12 mil milhões em acções do Facebook e mais 3 mil milhões de dólares em acções restritas.

 

Um negócio avaliado em 19 mil milhões de dólares que, segundo a Bloomberg, é o maior no sector da Internet desde a fusão entre a Time Warner e a AOL em 2001.  

 

A WhatsApp dispõe de mais de 450 milhões de utilizadores e tem cerca de um milhão de novos registos a cada dia que passa. Contas feitas, o Facebook está a pagar 42 dólares por cada utilizador actual da aplicação multi-plataforma de mensagens para smartphones.

 

O valor do negócio espantou os mercados, já que a WhatsApp é ainda uma start-up com receitas diminutas, já que cobra apenas 1 dólar a cada utilizador, após o primeiro ano de utilização grátis, salienta a Reuters.

 

O Facebook está a “comprar 450 milhões de utilizadores leais e uma história extraordinária de crescimento, mas com um custo vertiginoso”, comentou à Bloomberg um analista do sector.

 

Outros negócios comparáveis foram efectuados a valores bem inferiores. A japonesa Rakuten pagou 3 dólares por cada utilizador do Viber num negócio de 900 milhões de dólares.

 

O valor envolvido neste negócio é superior ao encaixe que foi gerado com a entrada em Bolsa do

A estratégia correcta passa por continuar com o foco no crescimento e no produto
 
Mark Zuckerberg

próprio Facebook e o WhatsApp fica avaliado em mais de metade do valor do Twitter, que tem nesta altura uma capitalização bolsista de 31,5 mil milhões de dólares e 241 milhões de utilizadores.  

A operação está a provocar uma queda 2% nas acções do Facebook (caem 2% na bolsa alemã) e uma forte subida nas companhias que detêm aplicações de mensagens como a WhatsApp. A BlackBerry dispara perto de 10%.

 

Na conferência após o anúncio do negócio, Mark Zuckerberg e Jan Koum, co-fundador da WhatsApp, não revelaram como vão gerar valor com este negócio. “A estratégia correcta passa por continuar com o foco no crescimento e no produto”, afirmou Zuckerberg, que prometeu que a WhatsApp vai continuar a operar independente do Facebook e sem publicidade, como até aqui.  

 

Mark Zuckerberg e o co-fundador da WhatsApp, Jan Koum, já trocaram elogios. O líder do Facebook mostra-se “contente pela parceria com ele [Koum] e a sua equipa para tornar o mundo mais aberto e conectado”, enquanto Jan Koum se mostra “feliz e honrado pela parceria com Mark [Zuckerberg] e o Facebook”.

 

A WhatsApp foi fundada por Jan Koum, um emigrante da Ucrânia nos EUA que deixu os estudos universitários, e por Brian Acton, um ex-aluno de Stanford. Segundo a Reuters, o negócio foi acertado num jantar entre Jan Koum e Mark Zuckerberg a 9 de Fevereiro. A primeira grande aquisição realizada pelo Facebook também espantou o mercado, quando a rede social comprou o Instagram em meados de 2012, por 700 milhões de dólares.

 

No caso de o negócio não se concretizar, o Facebook terá de pagar à WhatsApp mil milhões de dólares (cerca de 728 milhões de euros) em dinheiro, mais o mesmo montante em acções.

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