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Dados roubados à Yahoo terão sido vendidos por 286 mil euros na “dark web”

Os dados de mais de mil milhões de utilizadores roubados em Agosto de 2013 à Yahoo estavam a ser vendidos na "dark web" por mais de 286 mil euros. Depois da denuncia do roubo destes dados, Verizon pode desistir da compra da Yahoo.

Marissa Mayer, CEO da Yahoo, durante em evento em Cannes, na França.
Bloomberg
16 de Dezembro de 2016 às 13:01
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O ano de 2016 provavelmente não deixará boas recordações para a Yahoo. No final de Julho, a tecnológica vendeu os seus principais activos da internet à Verizon por 4,83 mil milhões de dólares (cerca de 4,4 mil milhões de euros). Esta operação foi vista por muitos como um reflexo do falhanço de Marissa Mayer, a CEO (na foto) em manter a Yahoo independente. A antiga executiva da Google teve dificuldades em aumentar as receitas e foi pressionada por investidores para vender o negócio central da empresa.

Há dois dias, a 14 de Dezembro, a tecnológica norte-americana veio a público denunciar o roubo de informação de mais de mil milhões de utilizadores. Algures em Agosto de 2013, hackers entraram no sistema de email da Yahoo e discretamente retiraram os dados de mais mil milhões de utilizadores, incluindo nomes, datas de nascimento, números de telefone e passwords que estava encriptadas, como detalha o The New York Times.

Os piratas informáticos roubaram também as questões de segurança e as cópias de segurança dos email usados para restabelecer as palavras-passe quando estas são perdidas. Estes dados são especialmente relevantes se alguém quiser entrar em outras contas de um utilizador. Além disso, são particularmente úteis para quem quiser entrar nos computadores de Governos, explica a mesma fonte.

É que vários milhões de backups de emails pertenciam a funcionários civis de vários Governos bem como militares de vários países. Mais de 150 mil eram americanos.

Para tornar as coisas ainda mais complexas, a Yahoo não sabe o que é que aconteceu a estes dados durante mais de três anos. E só soube deste ataque há cerca de um mês, quando autoridades chegaram à tecnológica com amostras de dados pirateados através de uma fonte não revelada.

O The New York Times escreve agora que no último mês de Agosto, piratas informáticos dispersos geograficamente, mas com base na Europa de Leste, começaram de forma discreta a tentar vender a totalidade da base de dados. A informação foi avançada por Andrew Komarov, chefe de inteligência da InfoArmor, uma empresa de cibersegurança, que monitoriza os cantos recônditos da internet frequentemente usados por criminosos, espiões e spammers, algo que também pode ser conhecido por "dark web". O site pcadvisor explica que "dark web" remete para sites que são vis publicamente mas que escondem o endereço de IP dos seus servidores.

Houve três compradores, de acordo com Andrew Komarov. Dois deles eram spammers e outro era uma entidade que parece, aparentemente, estar mais interessada em espionagem. Cada um deles pagou cerca de 300 mil dólares, mais de 286 mil euros, pela base de dados completa, apontou ainda.

Andrew Komarov confirmou que a sua empresa obteve uma cópia da base de dados nos últimos meses e adiantou que alertou autoridades nos Estados Unidos, Austrália, Canadá, Reino Unido e União Europeia sobre esta quebra de segurança. Depois de averiguarem estas falhas, alguns responsáveis apresentaram os seus receios à tecnológica.

Depois de ter sido denunciado este roubo, a Verizon admitiu explorar uma redução do preço oferecido pela compra da Yahoo, ou mesmo desistir da operação que ainda não está concluída, de acordo com uma fonte da Bloomberg.

Esta não foi a primeira quebra de segurança na Yahoo. Em Setembro do ano passado tinha já ocorrido um roubo de informação. 

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