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CEO da Microsoft pede a Trump para repensar limites à exportação de chips usados em IA

Microsoft reage aos limites impostos pela administração Biden mais de um mês depois da publicação do diploma. CEO defende que decisão vai dar vantagem à China e EUA arriscam-se a perder vantagem competitiva.

Brad Smith defende que regra de Biden tem de ser alterada ou China vai ter vantagem sobre EUA Lusa
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O CEO da Microsoft fez um apelo ao presidente dos Estados Unidos para que este repense nos limites à compra de chips de Inteligência Artificial (IA). Na visão de Brad Smith, os Estados Unidos têm muito a perder a aplicar limitações à compra dos semicondutores nos Estados Unidos, nomeadamente perante a China.  

A limitação à compra de chips, especialmente os utilizados para treinar algoritmos de IA, nos Estados Unidos surgiu no fim da administração Biden, com o desenho final do diploma a recair nas mãos de Trump, em que tudo indica que quer travar o avanço de economias concorrentes, nomeadamente da chinesa. 

"Está a acontecer uma corrida de elevado risco para determinar que países vão fornecer a tecnologia que vai alimentar a economia emergente de IA", começa a mensagem de Brad Smith, publicada esta quinta-feira, 27 de fevereiro, no blog da Microsoft.

Na mesma missiva, o CEO da Microsoft relembra o discurso do vice-presidente JD Vance na recente AI Summit de Paris, onde apelou a um maior foco nas oportunidades, menos regulação - uma crítica à União Europeia - e "priorizar levar a IA americana ao mundo". 

"Contudo, uma regulação de última hora da administração Biden, se não for alterada, corre o risco de sabotar o sucesso da América", vinca o CEO. Brad Smith defende que, como está desenhada, "a regra de difusão de IA limita a exportação de componentes essenciais de IA americana para diversos mercados de rápido crescimento e estrategicamente vitais". 

O CEO da Microsoft é conciso no seu discuro e diz que "se não for alterada, a regra de Biden vai dar à China uma vantagem estratégica na disseminação da sua própria tecnologia de IA, repetindo a sua rápida ascensão às telecomunicações 5G há quase uma década". 

E existe também o problema do regulamento de Biden que "vai contra duas prioridades da administração Trump: reforçar a liderança da IA dos EUA e reduzir o défice comercial de quase um bilião de dólares".

É desta forma que a Microsoft reage, mais de um mês depois das restrições serem tornadas públicas. O vice-presidente de assuntos governamentais da Nvidia, Ned Finkle, já tinha revelado que a medida de Biden ia ter um efeito contrário ao pretendido e prejudicar os interesses dos EUA, opinião partilhada também pelo CEO da associação da indústria dos semicondutores.

"A regra instituída por Biden vai além do que é necessário. Coloca muitos aliados e parceiros importantes dos EUA na categoria de nível dois e impõe limites quantitativos à capacidade das empresas de tecnologia americana de construírem e expandirem centros de dados nos seus países", sustenta Brad Smith, destacando parceiros como Suíça, Singapura, Índia, Israel, Emirados Árabes Unidos e a Arábia Saudita.

O CEO da Microsoft defende que a consequência desta legislação, embora "não intencional", vai empurrar e "encorajar estes países a procurar infraestrutura e serviços de IA noutros países". 

Outra desvantagem poderá ser o investimento de multinacionais em vários países espalhados pelo mundo, que têm conseguido avançar em tecnologia de IA com o seu apoio. "Só este ano a Microsoft vai investir 80 mil milhões de dólares para construir infraestruturas de IA em vários pontos do mundo, mais de metade desse total em solo americano", sendo que isso permite que "a maioria do poder de computação permaneça nos EUA".

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