A Josefinas, uma marca portuguesa de sabrinas, recebeu financiamento da Portugal Ventures, sociedade pública de capital de risco, no âmbito do programa +Inovação +Indústria. O montante não é revelado.

Contactada pela Negócios, Maria Cunha, CEO das Josefinas, conta que este financiamento está "alocado à expansão internacional". Com presença já no mercado norte-americano, a empresa portuguesa sedeada na zona de São João da Madeira, distrito de Aveiro, quer crescer mais nesta região que, actualmente, é já o seu segundo mercado. A perspectiva é que a partir do próximo ano os Estados Unidos sejam o principal mercado da empresa nacional. Nesse sentido, pretendem abrir uma loja física em Nova Iorque e apostar mais em marketing e publicidade, revelou Maria Cunha.

Actualmente, a empresa vende apenas as suas sabrinas através da sua plataforma online.

Em Outubro de 2013, Filipa Júlio (na foto), fundadora, contava ao Negócios que trabalhava há seis anos num gabinete de arquitectura quando começou a pensar no futuro e no que poderia fazer. A ideia de criar uma marca de sapatos começou a formar-se e com o encorajamento dos amigos lançou-se à aventura. Participou num concurso de ideias, conheceu Maria Cunha e juntas fizeram-se ao caminho. Com um investimento de 30 mil euros, as primeiras Josefinas surgiram em sete cores, com o apoio de um mestre sapateiro.

Mais de dois anos depois, em Outubro de 2015, a empresa está agora a ajudar a mudar a vida de mulheres em situação de risco, oriundas de países em guerra, através do "Women for Women International (WfWI)" - uma organização humanitária internacional que dá o apoio necessário às mulheres para abrirem um negócio próprio ou para terem formação e aprenderem uma profissão.

MICE, "spin-off" da Universidade do Porto também recebeu financiamento

A Josefinas não foi a única empresa apoiada pela Portugal Ventures no âmbito do programa +Inovação +Indústria nesta ronda. O comunicado enviado às redacções aponta também que a MICE – Molds and Injected Components Engineering – que nasceu de um "spin-off" da Universidade do Porto recebeu também investimento.

Esta empresa que produz pequenas e médias séries de peças de plástico e que actua em nichos de mercado com necessidades específicas é inovadora pois desenvolveu uma "moldagem por injecção reactiva". "Um processo que, em relação ao método convencional de injecção de polímeros, permite a fabricação de peças de maiores dimensões e mais complexas com menores gastos energéticos", pode ler-se no comunicado.

O financiamento da sociedade pública de capital de risco vai ajudar a empresa "alavancar-se comercialmente" e dar "um salto tecnológico onde queremos ser uma referência".

O programa +Inovação +Indústria quer dar um impulso à valorização económica do conhecimento científico e tecnológico aplicado aos sectores tradicionais da economia nacional. No âmbito desta iniciativa já outras quatro iniciativas empresariais foram apoiadas.