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José Paiva defende "campanha nas escolas" para incentivar cursos de informática

Portugal está, cada vez mais, a ser procurado por empresas tecnológicas. Mas, por vezes, a falta de profissionais especializados nas mais recentes tecnologias levanta questões às empresas. José Paiva, co-fundador da Landing.jobs, sugere o lançamento de campanha para incentivar alunos a enveredar pela área da informática.

José Paiva, co-fundador da Landing.jobs, sugere o lançamento de uma campanha de sensibilização para atrair mais jovens para os cursos de informática Miguel Baltazar
01 de Junho de 2017 às 20:00
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Portugal tem vindo a ser procurado por empresas internacionais, nomeadamente, para instalarem unidades tecnológicas. Mas, por vezes, e dada a constante evolução tecnológica, há escassez de talento especializado. Perante este cenário, José Paiva, co-fundador da Landing.jobs, empresa que se dedica ao mercado de emprego tecnológico europeu, sugere o lançamento de uma campanha de sensibilização para atrair mais jovens para esta área.

"Ao nível de formação diria que a capacidade existe. Os cursos com mais vagas por preencher são os de informática. A capacidade está instalada", refere. Contudo, as "pessoas ainda não perceberam" o potencial desta área. "A melhor coisa que o governo podia fazer era uma campanha". "Ir às escolas, promover uma campanha, junto dos alunos do 12º ano para mostrarem a realidade. Incentivem as pessoas a irem para aqui", acrescenta.

A área de informática é tipicamente associada aos rapazes, algo que uma campanha poderia também desmistificar, e ajudar a contrariar o estereótipo associado a estes profissionais. Nos Estados Unidos foi "há uma campanha muito forte em que personalidades ilustres participaram" para desmistificar.


Tecnológicas em Portugal

No início de Maio, a Mercedes-Benz anunciou a abertura em território nacional do primeiro centro de competências digitais da marca. Há cerca de duas semanas, a start-up da Estónia Pipedrive anunciou a abertura oficial do seu escritório em Lisboa. Também recentemente a Farfetch abriu oficialmente as suas novas instalações em Lisboa.


Estas três empresas anunciaram também a contratação de pessoas em Portugal. A área de informática destaca-se entre o talento procurado. Fruto da constante evolução tecnológica, em Portugal, por vezes, algumas empresas têm dificuldade em captar talento especializado em áreas muito específicas. A Farfetch já reconheceu essa questão, tendo sublinhado há dias, que tenta ultrapassa-la indo "buscar lá fora [o talento especializado], daí termos 15 nacionalidades aqui em Portugal" a trabalhar para a Farfetch.


Em Março, a Feedzai assumiu que terminou o ano de 2016 como 150 funcionários, mais 70 que no ano anterior. Contudo, a empresa admitiu que pretendia alcançar a barreira dos 175 trabalhadores, algo que não aconteceu porque não encontraram as "pessoas certas". A empresa revelou que ia despender 700 mil dólares (mais de 655 mil euros) na formação de colaboradores.

Nuno Sebastião, CEO, reconheceu, em declarações por escrito ao Negócios, que este investimento na formação deve-se ao facto de o mercado não ter especialistas em número necessário e ser preciso procurar em outras áreas para, depois, formá-los. "É extremamente difícil recrutar talento ao nível que pretendemos na Feedzai e não existe talento suficiente quer no mercado global quer em Portugal, devido [ao facto de] trabalharmos em tecnologias emergentes (Machine Learning e Inteligência Artificial). A título de exemplo, para uma posição de Data Scientist em Portugal, de uma lista de cerca de 800 candidatos contratamos 1", disse na altura.

 

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