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Street Surfing Um negócio gerido sobre rodas

Ricardo Correia entrou na "onda" e aceitou ser o rosto da Street Surfing em Portugal. Um ano depois, quer chegar ao meio milhão em facturação.

26 de Agosto de 2010 às 11:26
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Anda de prancha debaixo de um braço e o iPad debaixo do outro. A gravata e os horários estão fora da sua rotina, mas não é por isso que a sua gestão é menos rígida. Ricardo Correia foi o português escolhido pela norte-americana Street Surfing para arrancar com o negócio no mercado nacional e o objectivo é claro: crescer.

Tal como o "dress code", a forma como a Street Surfing entrou em Portugal também foi casual. "Quando tomei conhecimento da modalidade em Zurique conheci o director da marca para a Europa que tinha a missão de a expandir para alguns territórios, nomeadamente para Portugal e acabou por surgir assim, numa conversa casual ", contou Ricardo Correia. Depois, foi "só" apresentar os "prós e contras" do mercado, escolher o local da sede e já está.

Não terá sido assim tão fácil. "A exigência esteve na elaboração de um plano de negócio bem estruturado para os próximos dois anos, quais seriam os pontos de venda, a posição nas principais contas com os maiores 'players' do mercado como a Sonae, a Ericeira Surf Shop ou a Lightning Bolt", explica o gestor.

A empresa arrancou em plena crise de 2008 e já depois das vendas do Natal. E se nos primeiros quatro meses de actividade tinha 20 pontos de venda, 16 meses depois tem 230 de Norte a Sul do país e Espanha, uma vez que clientes, como a Sport Zone, vendem para aquele país.
Com um investimento inicial de 200 mil euros e com sede na Ericeira, a Street Surfing Portugal é agora a porta de entrada da empresa norte-americana para o Velho Continente, tendo-se tornado a sede da Europa. Mas nem tudo são facilidades.

Ricardo Correia admitiu que ainda esbarra "muitas das vezes em burocracias que não fazem parte da cultura da Street Surfing e às vezes não é fácil explicar à gestão norte-americana porque é que as coisas não estão resolvidas". O director-geral da Street Surfing Portugal sublinhou que não faz "micro gestão que se usa muito em Portugal", pois não controla horários, mas não é por isso que existe falta de rigor no negócio que dirige.

Até aqui, a Street Surfing tinha entrado na Europa através de distribuidores. A subsidiária nacional e a do Reino Unido são, até agora, as únicas geridas directamente pela marca da Califórnia, mas que pode não ficar por aqui.

Meio milhão de facturação
No final de 2010, a Street Surfing quer facturar meio milhão de euros em Portugal, mais 200 mil euros do que o ano anterior. E já com cobertura nacional, a empresa está a preparar o lançamento de novas pranchas, acessórios e uma linha de roupa que a ajudarão a crescer.

Para consolidar esta presença, a Street Surfing tem como pilar da sua estratégia o projecto escolar. "A nossa entrada nas escolas é muito baseada no plano curricular, porque uma das temáticas são os patins e rolamentos. E nós estamos dentro das aulas de educação física", adiantou Ricardo Correia.

Pouco mais de um ano depois, já 85 mil crianças experimentaram o Street Surfing. E hoje em dia, "já não fazemos contactos com as escolas, são elas que nos ligam. Estamos muito centrados nos liceus e no próximo ano vamos estar envolvidos no 1º ciclo, porque vamos ter pranchas diferentes, mais pequenas", acrescentou o gestor.

Com planos já traçados até 2012, em termos de linha de produtos, a Street Surfing acredita que vai continuar a crescer.




Bilhete de identidade



Ricardo Correia começou a sua formação académia com o objectivo de ser engenheiro, mas rapidamente arrepiou caminho para seguir o que o apaixonava: o desporto.

Aos 34 anos, este empresário já foi professor de natação, passou por vários clubes de "fitness", onde assumiu responsabilidades de gestão de diversos departamentos, desde natação aos recursos humanos, chegou a ter a sua própria empresa de desportos "outdoor", mas foram outros voos que o conduziram ao outro lado do Atlântico. Hoje, é o rosto da americana Street Surfing em Portugal.




Uma empresa que se dilui num desporto



É preciso uma prancha, mas não tem que entrar dentro de água. Tem rodas, mas não é um "skate". O "street surfing" quer afirmar-se como modalidade desportiva e a empresa norte-americana com o mesmo nome está empenhada em fazê-lo expandir não só pelos EUA como por toda a Europa.

A base deste desporto é a "wave". Há quem lhe chame um "skate esquisito", mas esta prancha permite ir mais além. A "wave" tem painéis flexíveis à frente e atrás que são controlados por uma barra de torção orientada por uma mola, como explica a Street Surfing. E só tem duas rodas, que são independentes uma da outra, e giram 360 graus A "wave" move-se quando o utilizador gira as ancas e ombros para a frente e para trás fazendo um movimento em forma de "s". Garante quem experimentou que basta uns minutos para estar a andar.

Para praticar este desporto é importante não esquecer a protecção: o capacete. Actualmente, a Street Surfing já tem disponíveis vários tipos de prancha, para diferentes níveis, com vários acessórios, mas promete lançar mais no decorrer do próximo ano.

A nova linha de roupa, uma nova prancha agora de madeira, semelhante ao "skate" e uma pequena "scooter" para os mais novos são alguns dos produtos que a marca está prestes a lançar.




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