Notícia
Set Linings - O sucesso também se isola
Em cinco anos, a empresa liderada por José Ribeiro executou 500 projectos internacionais em 50 países diferentes.
05 de Julho de 2012 às 12:18
José Ribeiro demitiu-se da Foster quando a estratégia da Iberoa se mostrou incompatível com aquilo que via como os interesses da filial portuguesa. Atrás dele, saíram cerca de 200 pessoas.
O quadro directivo saiu quase em bloco e foi a partir desta cisão que nasceu a Set Linings, uma empresa que começou a sua actividade com um investimento inicial de 50 mil euros e acabou o primeiro ano a facturar 14 milhões de euros. O segredo está na engenharia, fornecimento e montagem de materiais refratários em instalações térmicas.
"Nós já tínhamos algum conhecimento do mercado, porque actuávamos há algum tempo neste nicho. Montámos uma estratégia de internacionalização rápida e apostámos inicialmente numa prestação simples de serviços, na qual só fazíamos montagem dos materiais refratários [utilizados para proteger os equipamentos industriais das altas temperaturas]", explica. Depois, a empresa foi evoluindo. Abriu várias filiais da empresa noutros países, incluindo a Alemanha, onde foi inserido um departamento de engenharia.
"A partir da altura em que começámos a ter este departamento, passámos a estar no mercado de forma diferente. Podíamos apresentar projectos 'chave-na-mão' aos nossos clientes, prontos a serem implementados", conta. Quando o Negócios lhe pergunta em que difere a Set Linings do resto do mercado, afirma que é o facto de ter começado a operar desde muito cedo em todo o mundo.
"Em cinco anos, fizemos cerca de 500 projectos em 50 países diferentes. O que nos diferencia é que temos curso de formação itinerantes e utilizamos mão-de-obra local, mas toda a chefia da obra é feita por quadros portugueses especializados. Conseguimos oferecer serviços de qualidade europeia em países como a Índia, por exemplo."
José Ribeiro explica que o facto de a empresa utilizar o "know-how" português em todas as cidades onde tem projectos permite-lhe ser competitiva em países fora da Europa, oferecendo a mesma qualidade. Actualmente, a empresa está presentes no Médio Oriente, Brasil, França, entre outros.
Efeitos da crise
No segundo ano de actividade, a empresa liderada por José Ribeiro facturou 20 milhões de euros e em 2009 atingiu os 25 milhões. A crise que rebentou em 2010 reflectiu-se nas contas e, nesse ano, a facturação foi de 17 milhões de euros. No ano passado, a empresa recuperou para os 30 milhões e o objectivo para 2012 é o de alcançar 40 milhões de euros.
"Esta crise está afectar-nos imenso porque a nossa actividade necessita de grande suporte de tesouraria. Cerca de 80% da nossa receita são serviços e isto cria problemas graves e se não tivermos o apoio das instituições bancárias. Desde 2010 que estamos nesse sufoco financeiro e temos procurado obter junto dos clientes melhores condições de pagamento, mas financeiramente a empresa está saudável e os resultados são óptimos", revela.
José Ribeiro acrescenta que a empresa não cresce mais porque a conjuntura não permite. "Quando começou a crise na Europa, a nossa facturação estava muito vocacionada para o Médio Oriente, e começámos a ter alguns problemas com a história da Síria e do Irão." A empresa resolveu apostar na América Latina, México e Argentina, e agora começou a investir na Ásia, como na Indonésia e Vietname.
"O quadro da empresa é todo português, em Portugal temos cerca de 200 colaboradores. Chegamos a trabalhar com 400 portugueses, em média, porque os outros 200 são contratados a prazo em função dos projectos que conseguimos. Já chegámos a trabalhar com 1600 pessoas de 13 nacionalidades diferentes", conta. A gestão de todos estas pessoas é o "know-how" da empresa, segundo o seu líder executivo. "Nós, portugueses, temos esta apetência: não é possível fazer um projecto com qualidade e segurança sem termos uma equipa de portugueses especializados para podermos enquadrar os outros em todos os níveis", diz.
O facto de a empresa dispor de uma estrutura de engenharia na Alemanha não acontece por acaso. José Ribeiro conta que a escolha daquele país se deveu ao facto de se tratar de um mercado onde a indústria está em constante mutação e aperfeiçoamento. Desta forma, a Set Linings consegue acompanhar e fazer a actualização da informação técnica mais recente. "Com os nossos engenheiros alemães tentamos encontrar soluções e resolver problemas que têm a ver com a actividade", adianta o responsável da empresa.
Bilhete de identidade
Nome Set Linings
Início de actividade Janeiro de 2007
Área de actividade Engenharia, fornecimento e montagem de materiais refratários em instalações térmicas.
Número de colaboradores 1.000
Investimento inicial 50 mil euros
Facturação em 2011 30 milhões de euros
Sede Setúbal
Depois da Foster
A Set Linings nasceu quando o quadro directivo da Foster, empresa que actuava no sector dos alumínios, se despediu em massa, depois de a empresa ter sido vendida a uma "holding" espanhola, a Beroa. Divergências sobre a estratégia da nova chefia levaram um grupo de treze pessoas a demitir-se, tendo integrado a equipa gestora da Set Linings. Fundada a 11 de Dezembro de 2006 por José Cavaco, Luís Ventura, Fernando Amador, Rogério Monteiro, Nuno Martins e José Ribeiro, teve um investimento inicial de 50 mil euros e facturou 14 milhões no primeiro ano de actividade. A Set Linings International é uma das três maiores empresas do mundo no sector de montagem de materiais refratários e isolantes em fornos industriais.
O quadro directivo saiu quase em bloco e foi a partir desta cisão que nasceu a Set Linings, uma empresa que começou a sua actividade com um investimento inicial de 50 mil euros e acabou o primeiro ano a facturar 14 milhões de euros. O segredo está na engenharia, fornecimento e montagem de materiais refratários em instalações térmicas.
"Nós já tínhamos algum conhecimento do mercado, porque actuávamos há algum tempo neste nicho. Montámos uma estratégia de internacionalização rápida e apostámos inicialmente numa prestação simples de serviços, na qual só fazíamos montagem dos materiais refratários [utilizados para proteger os equipamentos industriais das altas temperaturas]", explica. Depois, a empresa foi evoluindo. Abriu várias filiais da empresa noutros países, incluindo a Alemanha, onde foi inserido um departamento de engenharia.
"Em cinco anos, fizemos cerca de 500 projectos em 50 países diferentes. O que nos diferencia é que temos curso de formação itinerantes e utilizamos mão-de-obra local, mas toda a chefia da obra é feita por quadros portugueses especializados. Conseguimos oferecer serviços de qualidade europeia em países como a Índia, por exemplo."
José Ribeiro explica que o facto de a empresa utilizar o "know-how" português em todas as cidades onde tem projectos permite-lhe ser competitiva em países fora da Europa, oferecendo a mesma qualidade. Actualmente, a empresa está presentes no Médio Oriente, Brasil, França, entre outros.
Efeitos da crise
No segundo ano de actividade, a empresa liderada por José Ribeiro facturou 20 milhões de euros e em 2009 atingiu os 25 milhões. A crise que rebentou em 2010 reflectiu-se nas contas e, nesse ano, a facturação foi de 17 milhões de euros. No ano passado, a empresa recuperou para os 30 milhões e o objectivo para 2012 é o de alcançar 40 milhões de euros.
"Esta crise está afectar-nos imenso porque a nossa actividade necessita de grande suporte de tesouraria. Cerca de 80% da nossa receita são serviços e isto cria problemas graves e se não tivermos o apoio das instituições bancárias. Desde 2010 que estamos nesse sufoco financeiro e temos procurado obter junto dos clientes melhores condições de pagamento, mas financeiramente a empresa está saudável e os resultados são óptimos", revela.
José Ribeiro acrescenta que a empresa não cresce mais porque a conjuntura não permite. "Quando começou a crise na Europa, a nossa facturação estava muito vocacionada para o Médio Oriente, e começámos a ter alguns problemas com a história da Síria e do Irão." A empresa resolveu apostar na América Latina, México e Argentina, e agora começou a investir na Ásia, como na Indonésia e Vietname.
"O quadro da empresa é todo português, em Portugal temos cerca de 200 colaboradores. Chegamos a trabalhar com 400 portugueses, em média, porque os outros 200 são contratados a prazo em função dos projectos que conseguimos. Já chegámos a trabalhar com 1600 pessoas de 13 nacionalidades diferentes", conta. A gestão de todos estas pessoas é o "know-how" da empresa, segundo o seu líder executivo. "Nós, portugueses, temos esta apetência: não é possível fazer um projecto com qualidade e segurança sem termos uma equipa de portugueses especializados para podermos enquadrar os outros em todos os níveis", diz.
O facto de a empresa dispor de uma estrutura de engenharia na Alemanha não acontece por acaso. José Ribeiro conta que a escolha daquele país se deveu ao facto de se tratar de um mercado onde a indústria está em constante mutação e aperfeiçoamento. Desta forma, a Set Linings consegue acompanhar e fazer a actualização da informação técnica mais recente. "Com os nossos engenheiros alemães tentamos encontrar soluções e resolver problemas que têm a ver com a actividade", adianta o responsável da empresa.
Bilhete de identidade
Nome Set Linings
Início de actividade Janeiro de 2007
Área de actividade Engenharia, fornecimento e montagem de materiais refratários em instalações térmicas.
Número de colaboradores 1.000
Investimento inicial 50 mil euros
Facturação em 2011 30 milhões de euros
Sede Setúbal
Depois da Foster
A Set Linings nasceu quando o quadro directivo da Foster, empresa que actuava no sector dos alumínios, se despediu em massa, depois de a empresa ter sido vendida a uma "holding" espanhola, a Beroa. Divergências sobre a estratégia da nova chefia levaram um grupo de treze pessoas a demitir-se, tendo integrado a equipa gestora da Set Linings. Fundada a 11 de Dezembro de 2006 por José Cavaco, Luís Ventura, Fernando Amador, Rogério Monteiro, Nuno Martins e José Ribeiro, teve um investimento inicial de 50 mil euros e facturou 14 milhões no primeiro ano de actividade. A Set Linings International é uma das três maiores empresas do mundo no sector de montagem de materiais refratários e isolantes em fornos industriais.