O objectivo do encapsulamento de células é cobrir o maior número de áreas e doenças possíveis.
Projecto BioSpheres
Equipa João Lacerda, Tiago Marques, José Costa, PeiYin Lee, Sónia Góis, Paulo, Osswald
Investimento previsto 3,2 milhões de euros
Os investigadores da BioSpheres querem acelerar a regeneração dos tecidos através da utilização de células estaminais do doente. Desenvolveram um equipamento médico que permite o encapsulamento de células autologas (retiradas da própria pessoa) numa matriz de biopolímero (compostos químicos de elevada massa molecular produzidos por seres vivos) para serem utilizadas no bloco operatório. Esta mantém as células activas no local onde são colocadas. Resultado: permite um processo de regeneração mais rápido do que a concorrência.
"O nosso projecto centrou-se no comportamento natural da Flor-de-Lótus", explica Tiago Marques, um dos investigadores. O primeiro mercado a ser explorado é o ortopédico, porque é "gigantesco". Pela leitura que têm feito dos médicos, é a área onde podem tirar maior proveito da sua tecnologia. Contudo, todas as doenças e áreas são possibilidades. "A partir do momento em que seja provado que as células ou outro tipo de material é benéfico para uma cura, nós também queremos estar lá." No protocolo, não há problemas de rejeição. Como as células estão presentes numa pequena quantidade, têm que utilizar a maior capacidade que tiverem, ou seja, 100% de encapsulamento. Se forem encontradas dez células, todas são encapsuladas para a terapia ser mais consistente. Depois, são implantadas pelo cirurgião no local da fractura.
Por enquanto, o principal objectivo da equipa do BioSpheres é "provar que é possível". Depois, há que tentar arranjar financiamento, passar para testes clínicos e, se tudo correr bem, estar no mercado dentro de quatro anos.