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RTP propõe subida de taxa do audiovisual em 2019
A televisão pública pede aumentos à inflação e defende que, com a entrada de novos canais na televisão digital terrestre, de desporto e informação, deve passar a poder ter publicidade na RTP 3 e na RTP Memória.
"A RTP está a prestar mais serviço público, ao Estado caberá ajustar a Contribuição para o Audiovisual de acordo com a inflação tal como a lei estipula", defendeu esta quinta-feira, 13 de Setembro o presidente do conselho de administração da RTP, Gonçalo Reis, em entrevista ao jornal Público.
Apesar de a empresa ter "uma estabilidade financeira rara", com "resultados operacionais positivos de dez milhões de euros, resultados líquidos marginalmente positivos, uma estabilidade da dívida com um padrão historicamente baixo", o financiamento da RTP "é dos mais baixos da Europa", sublinha o responsável. E, "actuando numa situação de concorrência, de mercado, em que as exigências são crescentes, a RTP tem de ter os meios", remata.
O orçamento para 2019 será "muito próximo do de 2017", rondando os 200 milhões de euros, e Gonçalo Reis lembra que a última vez que a RTP fez um programa estruturado de investimento foi em 2004 e que tem actualmente equipamento do tempo da Expo’98 e do Euro 2004.
Sobre a entrada de dois novos canais na televisão digital terrestre (TDT), de desporto e informação, o responsável da RTP diz não temer perdas de audiência, mas admite que "é o momento adequado para ponderar por que é que os canais da RTP têm uma excepção negativa" em matéria de publicidade.
Quanto às mudanças de apresentadores e que estão a acontecer ao nível dos canais privados, Gonçalo Reis assegura que não pretende "entrar em aventuras emocionais nem fazer apostas demasiado fortes no entretenimento" que "sacrifiquem as responsabilidades globais de diversidade e qualidade". Ou seja, concretiza, "não vamos gastar dinheiro numa apresentadora especialíssima, de maneira que coloque em causa a produção de documentários, de programas sobre conhecimento ou ciência".