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Renascença “aprova” compra da TVI pela Altice
O presidente do Conselho de Gerência do Grupo Renascença Multimédia disse à Lusa que "se as entidades reguladoras funcionarem" para a empresa "não há problema" a compra da Media Capital pelo grupo Altice.
"A nossa questão é: se o mercado funcionar e as respectivas entidades reguladoras funcionarem, para nós não há problema, desde que salvaguardem o funcionamento das coisas", afirmou Américo Aguiar, presidente do Conselho de Gerência do Grupo Renascença Multimédia, sobre o processo de compra da dona da TVI pela Altice, que está em fase de investigação aprofundada pela Autoridade da Concorrência (AdC).
"Fomos ouvidos na ERC [Entidade Reguladora para a Comunicação Social] no tempo de Carlos Magno [presidência anterior] e o que nós dissemos foi: ponto um, somos a favor do funcionamento do mercado; ponto dois, desde que as várias entidades reguladoras funcionem bem".
E, segundo Américo Aguiar, "aí é que está a fragilidade" no que respeita aos reguladores.
"Acho que é reconhecida, até pelos próprios", prosseguiu.
Sobre a posição do Grupo Renascença Multimédia relativamente ao negócio, Américo Aguiar foi peremptório: "Não faz sentido sermos contra o funcionamento do mercado, somos uma empresa privada".
Agora, no que respeita às entidades reguladoras envolvidas no processo, o presidente questiona: "Será que têm meios? Será que a legislação é adequada".
No entanto, "tudo pode ser mais complicado para a verdade das coisas se tivermos tudo mais absorvido em dois ou três grupos. Daqui a pouco temos os media do Estado, a Renascença e um ou dois gigantes que vão ser eucaliptos que vão absorver na totalidade aquilo que existe", alertou.
Além disso, "no meio disto tudo, temos o Facebook ou a Google" que, "enquanto a União Europeia não regular" continuarão a ficar com uma fatia importante das receitas de media, que se estima que ascenda a 70% no digital.
Em 15 de fevereiro, a AdC decidiu abrir uma investigação aprofundada à compra do grupo Media Capital pela Altice por existirem "fortes indícios" de que a operação poderá resultar em "entraves significativos" à concorrência.