Notícia
Paulo Portas resiste à privatização da RTP
Ministro dos Negócios Estrangeiros estará ausente da próxima reunião do Conselho de Ministros.
A privatização da RTP esteve ausente do Conselho de Ministros desta quinta-feira e poderá voltar a não figurar na agenda da primeira reunião do Governo a realizar já em 2013. A areia na engrenagem deste processo chama-se Paulo Portas, avança hoje o “Sol”, que diz que o Ministro dos Negócios Estrangeiros nem vai estar presente na referida reunião.
Dia 3 Paulo Portas tem marcado o seminário diplomático de ano novo, e, “na melhor das hipóteses”, a questão será decidida a 10 de Janeiro, descreve o semanário. Ainda assim, a questão está longe de reunir consensos.
O líder do CDS terá três resistências fundamentais à privatização do canal público, que tanto Miguel Relvas como Pedro Passos Coelho apadrinham. O facto de se concentrar num privado as receitas de publicidade e a taxa de audiovisual pode levantar problemas de concorrência a nível europeu; o mercado dos media atravessa um momento “extremamente delicado”; e de Belém já vieram sinais de desconforto que será necessário gerir.
As resistências de Paulo Portas terão já atrasado a viabilização do processo, que primeiro-ministro e ministro dos Assuntos Parlamentares queriam ter realizado até ao final de 2012 e fontes anónimas do PSD já admitem ao semanário que estão convencidos de que Portas “fará tudo para atrasar ao máximo a decisão, até que
caia”.
Artur Rego, deputado do CDS, contudo, afirma ao jornal que “o CDS vai prescindir da sua opção preferencial, que seria a manutenção da RTP na esfera pública”, mas que o partido exige que “o contrato seja blindado com salvaguardas que obriguem o privado ao cumprimento de um programa de cumprimento do serviço público”.
A Newshold já mostrou interesse pela RTP, e, perante as críticas ao secretismo sobre a identidade dos seus accionistas, Álvaro Sobrinho publica hoje uma carta no “Sol” revelando a estrutura accionista da sociedade offshore “Pineview Overseas” (que detém a Newshold). Igualmente confirmada está a ligação do empresário angolano à Akoya, empresa que está no centro da investigação sobre a rede de lavagem de dinheiro no caso Monte Branco.