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Mário Vaz: "Os operadores e os media têm de trabalhar em conjunto"

Luís Mergulhão, CEO da OMD, defende que o tempo de fusões entre grupos de media "acabou". Já Mário Vaz, CEO da Vodafone, sublinha que um dos caminhos para sustentabilidade do sector pode passar por trabalharem em conjunto.

Pedro Elias/Negócios
29 de Fevereiro de 2016 às 19:58
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A revolução tecnológica alterou o panorama do sector dos media, que nos últimos anos se tem debatido com alguns problemas financeiros com a queda das vendas de jornais e do investimento publicitário. De que maneira os media podem alterar este cenário e voltar à sustentabilidade financeira? As parcerias com outras entidades, como as operadoras de telecomunicações, é um dos passos apontados por Luís Mergulhão, CEO do Grupo OMD, e também por Mário Vaz, CEO da Vodafone Portugal.

 

"O tempo de fusões entre grupos já acabou", defendeu Luís Mergulhão durante a conferência dos 28 anos da TSF, acrescentando que agora o mais próximo que poderá haver é o estabelecimento de "parcerias, numa lógica de sinergias, com outras entidades como ‘carriers’, que distribuem  conteúdos televisivos", sustentou.

 

Uma opinião que o presidente executivo da Vodafone Portugal partilha, no que toca a parcerias para distribuição de conteúdos, e até, como acontece já em alguns mercados, para conteúdos patrocinados: "na Europa, e nomeadamente em Portugal, olha-se para este tema de uma forma conservadora". 

 

Esta modalidade, que tem ganho força em vários mercados como o norte-americano, sendo utilizada por títulos como o Wall Street Journal ou o New York Times, tem gerado algumas dúvidas e críticas no Velho Continente, nomeadamente no que toca a regulação, por meter o ‘carimbo’ de uma marca num conteúdo informativo.

 

"Os modelos de negócio mudaram", sublinhou Mário Vaz. "Não podemos não fazê-lo com receio das implicações regulatórias", sustentou.

 

Para o CEO da Vodafone Portugal, uma das soluções para a sustentabilidade do negócios dos media, e para acompanhar a revolução tecnológica, pode passar por os órgãos de comunicação social e os operadores darem as mãos: "Os operadores têm necessidade de ter uma base de clientes alargada. Temos de conseguir trabalhar em conjunto a vertente das audiências", comentou.

 

Já Luís Mergulhão alertou para a importância da qualidade da marca dos títulos de media. Uma característica que para o especialista do sector tem, e vai ter ainda mais, peso na captação de publicidade e parcerias. Além disso, defende que um dos trunfos para o sector conseguir acompanhar a nova era digital pode passar por adaptar diferentes abordagens às distintas plataformas onde os títulos estão presentes.

 

O evento da TSF, que a partir de amanhã passa a ser comandada por David Dinis, em substituição de Paulo Baldaia, teve como principal objectivo homenagear Emídio Rangel.

 

Durante a conferência, foram vários os convidados que relembraram histórias vividas com o fundador da rádio do grupo Global Media, bem como o seu contributo para o jornalismo.

 

"Estamos a precisar de um Emídio Rangel mais do que alguma vez precisámos", disse Carlos Magno, presidente da ERC. O líder do regulador dos media relembrou o actual momento complicado quero sector está a passar: "A informação está a falhar redondamente", sublinhou.

 

 Carlos Magno acrescentou ainda que, na sua opinião, as principais fragilidades do sector são a "proletarização dos jornalistas e a profissionalização das fontes". 

 

Uma visão partilhada por Pacheco Pereira, que apontou também várias críticas ao actual panorama do jornalismo, como só dar voz a uma franja da população, principalmente em Lisboa, onde se situam as sedes da maioria dos títulos.

 

Já Daniel Proença de Carvalho, presidente da Global Media, tem uma visão menos pessimista: "O sector passou por uma reestruturação e as mudanças tecnológicas brutais alteraram de forma radical os processos de informação", relembrou. "Vivemos num período de total liberdade e pluralismo a todos os níveis", apontou.

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