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Marco Galinha "perplexo com desvalorização pública do jornalismo”. Acionistas apresentaram "plano urgente"

O antigo presidente executivo da Global Media revelou esta terça-feira, no parlamento, que os acionistas apresentaram um "plano urgente" para resolver a situação, mas estão ainda sem resposta por parte da comissão executiva.

Miguel A. Lopes / Lusa
09 de Janeiro de 2024 às 11:53
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Marco Galinha afirmou, numa audição na comissão parlamentar de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto, que investiu 16 milhões de euros antes de ceder a posição maioritária na Global Media Group (GMG).

"Entre 2021 e 2023, enquanto acionista, investi na empresa cerca de 16 milhões de euros em compras de dívida à banca, aumentos de capital compra de ativos e suprimentos", indicou. A dívida bancária "foi reduzida de 68 milhões de euros para menos de um milhão de euros", continuou.

O resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações (EBITDA) passou de "8,5 milhões negativos em 2018 para níveis equilibrados, quer em 2021, quer em 2022" e em termos de recursos humanos "procedeu-se a uma política de contenção alinhada com o redimensionamento das redações e o investimento em novas instalações e na rede de transmissores", disse o empresário aos deputados.

Marco Galinha demonstrou ainda a sua "perplexidade e preocupação por falta de paz social e desvalorização pública do jornalismo". Recorde-se que a GMG, que detém o Jornal de Notícias, Diário de Notícias e TSF, entre outros, tem salários e subsídio de Natal em atraso e anunciou a intenção de reduzir o número de trabalhadores num número que pode ir até 200 pessoas.

Ontem, o Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC), em reunião extraordinária, aprovou a abertura de um processo administrativo autónomo para a aplicação da Lei da Transparência e abertura de um procedimento oficioso de averiguações sobre determinadas matérias.

Ainda esta manhã, Marco Galinha revelou 
que os acionistas já apresentaram um "plano urgente" para resolver a situação no grupo, mas que ainda não obtiveram resposta.

"Estamos a falar do grupo mais valioso, estas são as marcas mais valiosas da língua portuguesa", referiu Marco Galinha, sublinhando: "Contem comigo sempre" para encontrar com uma solução para a GMG.

Sobre a entrada do Fundo WOF [World Opportunity Fund] no capital na empresa, o empresário indicou que no ano passado "surgiu uma oportunidade de negócio que veio associada a uma intenção de forte investimento com o objetivo de renovação das marcas do grupo designadamente com a entrada no mercado internacional".

Perante a proposta, "e considerando que o trabalho de estabilização da empresa estava realizado e o foco estratégico do grupo Bel é na área da logística e distribuição, considerei que estava perante uma oportunidade de valor para o GMG", acrescentou, sublinhando que "durante vários meses foi levado a cabo um rigoroso trabalho de compliance para verificação da idoneidade e da capacidade financeira do fundo". 

A gestão executiva da empresa passou, a partir de setembro, a ser executada por uma maioria indicada pelo novo investidor, uma escolha que surpreendeu Marco Galinha, negando ter qualquer responsabilidade pela nomeação dos atuais gestores, nomeadamente na nomeação de José Paulo Fafe. 

"Quem escolheu o Fafe não fui eu, foi o fundo. Fiquei surpreendido? Fiquei. E o fundo também o deve estar com o momento que o grupo vive. Não percebo como tudo isto aconteceu. (...) Na verdade quem falhou aqui foi o fundo, havia compromissos, planos assinados", considerou.

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