A presidente do conselho de administração da Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom), Maria de Fátima Barros (na foto), afirmou esta quinta-feira na Comissão de Cultura, Comunicação, Juventude e Desporto que a Televisão Digital Terrestre (TDT) pode acomodar mais quatro canais, "reduzindo um pouco, através de formas de compressão, os canais já existentes".

A responsável referiu aos deputados que, segundo informações recebidas esta quarta-feira, "há possibilidade, através do ajustamento da capacidade e eliminando espaço reservado para outros serviços, de ter quatro canais, reduzindo um pouco através de formas de compressão de outros canais que já existentes".

Fátima Barros referiu contudo que esta compressão pode ser feita "sem comprometer a qualidade".

Esta semana o jornal Público noticiou que a entidade reguladora era contrária à intenção do Governo de alargar a oferta da TDT a mais quatro canais gratuitos, tendo alegado que apenas existe "capacidade para a difusão de mais três serviços de programas".

Esta quinta-feira, no Parlamento, Fátima Barros realçou que neste momento a solução em cima da mesa corresponde "a arrumar o espaço disponível de forma diferente".

Segundo disse, "há também investimento por parte da Meo no sentido de tentar comprimir mais a transmissão vídeo", sendo que "essa compressão permitirá que os canais possam continuar a ser transmitidos sem usar tanta largura de banda".

Na sua intervenção inicial, Fátima Barros fez questão de deixar claro às atribuições que no que respeita aos canais da TDT cabem aos diferentes intervenientes. "Ao Governo corresponde abrir concursos públicos, à Entidade Reguladora da Comunicação Social (ERC) emitir parecer prévio e obrigatório e a Anacom a única coisa que tem de fazer é gerir tudo o que tem a ver com direitos de atribuição de frequência ".

O Parlamento vai votar no próximo dia 20 o projecto-lei referente à TDT.