Notícia
Martifer lucra mais 48% e com encomendas recorde de 753 milhões
O grupo controlado pelos irmãos Martins e a Mota-Engil fechou o exercício de 2023 com vendas de 220 milhões de euros, tendo baixado a dívida líquida de 33 milhões para apenas oito milhões de euros. Os lucros ascenderam a 19,7 milhões de euros.
A Martifer encerrou o ano de 2023 com a maior carteira de encomendas da sua história - 753 milhões de euros, o que representa um aumento de quase 300 milhões de euros face a um ano antes, com o negócio da indústria naval a representar 507 milhões do total.
Uma carteira que, além dos navios para o grupo do empresário Mário Ferreira, foi recheada, no último Natal, com a assinatura de um contrato com o Estado português para construir seis navios patrulha oceânicos, pelo valor de aproximadamente 300 milhões de euros, e de um outro com o grupo japonês Ryobi Holdings Co. para a construção de um navio de cruzeiro de luxo, no valor de 100 milhões de euros.
A indústria naval, com os estaleiros da West Sea em Viana do Castelo e da Navalria em Aveiro, gerou vendas de 63 milhões de euros para uma faturação global do grupo de 219,9 milhões de euros no exercício de 2023, mais 8,4 milhões do que no ano anterior, avança o grupo Martifer esta quarta-feira, 13 de março, em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
A atividade fundacional da Martifer, a construção metálica, representou quase dois terços (140,4 milhões de euros) do volume de negócios do grupo de Oliveira de Frades, enquanto o segmento das energias renováveis geraram os remanescentes receitas.
Mais lucros, EBITDA aditivado e menos dívida
Já o resultado líquido do grupo em 2023 atingiu os 19,7 milhões de euros, mais 48,1% do que no exercício anterior, com o EBITDA (resultado antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) a chegar aos 34,1 milhões, o que traduz um aumento homólogo de 8,3 milhões de euros.
Entretanto, os capitais próprios do grupo, que tinham quase duplicado para 35 milhões de euros em 2022, fecharam o último exercício nos 55,5 milhões de euros.
Sempre em forma está a aposta na redução do endividamento do grupo controlado pela I’M, dos irmãos Carlos e Jorge Martins, e a Mota-Engil.
No final de dezembro passado, a dívida bruta do grupo Martifer era de 91 milhões de euros, menos seis milhões do que um ano antes, enquanto a dívida líquida teve uma redução de 33 milhões para apenas 8 milhões de euros.
"Update" ao plano estratégico em 2024
No comunicado enviado à CMVM, o grupo que tem Pedro Duarte como CEO revela que em 2024 será elaborado um "update" ao plano estratégico, "alicerçado nos pilares que sustentaram o sucesso dos últimos anos, mas com a ambição reforçada de um crescimento sustentado e sustentável", realça.
Na construção Metálica, o foco da Martifer "permanece no reforço do perfil exportador do grupo, procurando oportunidades em mercados e clientes que valorizam qualidade e excelência, na organização e valorização das pessoas e na produtividade".
Já no negócio da indústria naval, o grupo perspetiva aumentar a sua capacidade de reparação naval "através da construção de uma nova doca seca nos estaleiros em Viana do Castelo, posicionando-nos como um dos mais importantes estaleiros da Europa nesta área e tornar as atividades de reparação e construção naval cada vez mais equilibradas no peso relativo do volume de negócios", sinaliza, pretendendo, também, "eforçar a atividade da Operação & Manutenção, em particular da Manutenção Industrial".
Na área das Renováveis & Energia, o grupo de Oliveira de Frades quer "crescer de forma gradual e consistente, aumentando o peso relativo desta unidade de negócio no grupo, aproveitando as oportunidades associadas à transição energética, à descarbonização da economia e ao hidrogénio", através do consórcio Green.H2.Atlantic em que participa.
E, ainda, "estabelecer ‘targets’ quantitativos para o próximo ciclo estratégico monitorizados pela Comissão de ESG & Sustentabilidade, e, sobretudo, permitir consolidar, como principal propósito estratégico do grupo a criação sustentável de valor".
(Notícia atualizada às 17:21)