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Maior patrão do calçado responde aos trabalhadores: “O que importa é pagar direitinho”

Trabalhadores da Kyaia, a maior fabricante de calçado de capitais nacionais, vão concentrar-se em Paredes de Coura, no próximo sábado, para “denunciar ilegalidades” alegadamente cometidas pelo grupo de Fortunato Frederico. “Temos a consciência tranquila”, responde o empresário.

Fortunato Frederico e as acusações dos trabalhadores do grupo que lidera: "Temos a consciência tranquila. Estamos a cumprir a lei." Paulo Duarte
05 de Dezembro de 2019 às 15:02
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Os trabalhadores do grupo Kyaia, que tem fábricas em Guimarães e Paredes de Coura, vão concentrar-se à frente da Câmara Municipal desta última cidade, no próximo sábado, 7 de dezembro, para "denunciar ilegalidades e exigir o respeito pelos seus direitos laborais", informa o Sindicato do Calçado do Minho e Trás-os-Montes, em comunicado.

 

"Os trabalhadores do grupo de calçado Fortunato O. Frederico e Compª., Lda., produtores das marcas Fly London, Foreva e Softinos, entre outras, estão em luta diária desde o dia 7 de Outubro contra a violação do Contrato Coletivo de Trabalho do Setor do Calçado e do Código do Trabalho e a tentativa de aumentar o horário de trabalho diário em 20 minutos, 1,40 horas por semana, com a inclusão de duas pausas de 10 minutos, uma durante a manhã e outra à tarde", contesta a organização sindical.

 

De acordo com a mesma fonte, "diariamente, a maioria dos trabalhadores da produção vêm recusando trabalhar mais 20 minutos", sendo que, "a administração, como represália, no final dos meses de outubro e novembro, de forma ilegal, cortou no salário mensal 20 minutos diários, o equivalente a 4% do salário base mensal dos trabalhadores", relata o mesmo sindicato.

 

Perante a alegada "recusa do senhor Fortunato em negociar uma saída para o conflito", a direção do sindicato solicitou a intervenção da Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) de Viana do Castelo e Guimarães nas empresas do grupo, e apresentou em tribunal uma providência cautelar "com o objetivo de suspender a alteração ilegal do horário de trabalho".

 

O sindicato enviou, também, "uma exposição sobre as violações às normas laborais de que os trabalhadores são vítimas", à ministra do Trabalho, aos grupos parlamentares da Assembleia da República e às Câmaras Municipais de Guimarães e Paredes de Coura.

 

Fortunato Frederico desvaloriza a contestação dos trabalhadores do grupo, onde laboram cerca de 600 pessoas. "Temos a consciência tranquila. Estamos a cumprir a lei", garantiu ao Negócios, a partir da China.

 

"Estamos aqui [na China] a trabalhar para o futuro da empresa, que é o que me preocupa", contrapôs.

 

"Temos que nos preocupar com a empresa. Até agora as preocupações não eram muitas porque o mercado estava a funcionar a 100%, agora está a funcionar a 40% ou 50%, pelo que temos que nos preocupar com aquilo que é importante", explicou.

 

E o que é importante? "O importante é a gente manter a empresa a trabalhar e a pagar direitinho, como sempre fez, e a compensar os trabalhadores quando a empresa tem lucros", rematou Fortunato Frederico, que remeteu uma resposta mais elaborada à contestação dos trabalhadores para a próxima semana, quando regressar da China.

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