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Lucros da Corticeira Amorim caem para 89 milhões com vendas em baixa em 2023
Após ter superado a mítica marca dos mil milhões de euros de faturação em 2022, as vendas recuaram 36 milhões no último exercício, tendo o resultado líquido ficado 9,5 milhões aquém. Mesmo assim, o “board” replica a proposta de dividendo bruto de 20 cêntimos por ação.
Após ter perdido vendas de 41 milhões de euros em 2020 devido à pandemia de covid-19, tendo batido novo recorde no ano seguinte para 838 milhões de euros, ultrapassando os 1.000 milhões em 2022, a Corticeira Amorim voltou a ver a sua faturação ficar abaixo da mítica cifra, tendo fechado o último exercício nos 985,5 milhões de euros, menos 36 milhões do que no ano anterior.
"Apesar de um mix de produto mais favorável e da subida de preços, a redução significativa dos níveis de atividade, nomeadamente da Amorim Cork Flooring, e o efeito cambial desfavorável explicam a diminuição das vendas de 3,5% face ao ano anterior (-2,2%, excluindo o impacto negativo da evolução cambial)", explica a Corticeira Amorim, esta quinta-feira, 22 de fevereiro, em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
Não obstante os impactos negativos do aumento dos preços de consumo da cortiça e da desalavancagem operacional, o EBITDA (resultado antes de impostos, juros, amortizações e depreciações) consolidado subiu 7,9% para 177 milhões de euros, com o resultado líquido a cair 9,7% para 88,9 milhões de euros.
"Pormaior": No final de dezembro passado, a dívida remunerada líquida da Corticeira Amorim aumentou para 241 milhões de euros, o que traduz um aumento de 112 milhões face há um ano, "refletindo o acréscimo das necessidades de fundo de maneio (108 milhões de euros), o aumento do investimento em ativo fixo (95 milhões), o pagamento de dividendos (39 milhões) e a aquisição do grupo VMD (12 milhões de euros)", detalha o maior grupo de transformação de cortiça do mundo.
Ainda que os lucros tenham recuado, o conselho de administração da empresa decidiu propor à assembleia geral de acionistas, a realizar no próximo dia 22 de abril, o pagamento de um dividendo bruto de 0,20 euros por ação, "a ser pago na sua totalidade em maio".
A remuneração aos acionistas é idêntica ao dividendo ordinário pago em 2023 e 2022 referente aos exercícios anteriores.
De realçar que o crescimento do EBITDA "resultou essencialmente de uma melhoria do mix de vendas e de poupanças significativas ao nível dos custos operacionais, nomeadamente decorrentes da redução dos preços de eletricidade e transportes", sinaliza a Corticeira Amorim.
A margem EBITDA cifrou-se em 18%, mais quase dois pontos percentuais do que no ano anterior.
No crítico segmento das rolhas, a Amorim Cork, cujas vendas representam 76% da faturação consolidada, apresentou uma certa resiliência, tendo registado uma subida de 0,7% para 759,4 milhões de euros.
"As vendas desta unidade de negócio foram particularmente afetadas pela evolução cambial - excluindo esse efeito, as vendas teriam subido 2,3%", nota a Corticeira Amorim.
Os resultados operacionais da Amorim Cork "foram particularmente impulsionados pelos maiores rendimentos de trituração e pelos menores custos de eletricidade e transportes", tendo totalizado 147,7 milhões de euros.
As vendas da Amorim Cork Flooring caíram 30,1% para 92,2 milhões de euros, enquanto o EBITDA foi negativo em 7,9 milhões de euros.
A faturação da Amorim Cork Composites caiu 3,8% para 119,8 milhões de euros, com o EBITDA a ascender a 25,1 milhões, mais 15,8% face ao ano anterior.
Finalmente, a A Amorim Cork Insulation manteve uma evolução positiva das vendas, que cresceram 14,2% para um valor que a Corticeira Amorim não revela, tendo o EBITDA desta unidade de negócio recuado de 0,9 milhões positivos para 1,6 milhões de euros negativos.
(Notícia atualizada às 17:12)