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CIN compra italiana Boero e entra no top-40 mundial das tintas
A maior fabricante portuguesa de tintas adquiriu o controlo da empresa transalpina, que fechou o último exercício com uma faturação de 90 milhões de euros, permitindo ao grupo da Maia entrar no top-40 mundial do setor com vendas superiores a 320 milhões.
Uma semana depois de ter anunciado a morte de António Serrenho, aos 98 anos, que foi presidente da CIN durante mais de 50 anos, o seu filho, João Serrenho, que lhe sucedeu na liderança da empresa, anunciou esta segunda-feira, 1 de fevereiro, que o grupo da Maia passou a controlar a italiana Boero.
"É uma união entre duas empresas familiares, com ambições e objetivos de expansão muito concretos e cuja aliança abre perspetivas interessantes para o desenvolvimento de ambas", afirma João Serrenho, em comunicado.
Depois de, "há alguns anos", ter adquirido, "em bolsa, uma pequena participação na Boero", que aumentou "recentemente" para 13%, "através de uma operação de compra realizada hoje" o grupo português "passa a deter uma participação dominante na Boero, mantendo a família Boero uma participação significativa na empresa", revela a CIN, sem divulgar o valor da transação.
A empresa portuguesa e líder ibérica no mercado de tintas e vernizes e o grupo Boero, empresa italiana de tintas e vernizes fundada em 1831, "líder nos setores de tintas para a construção civil, iates e naval", apostam, assim, "num futuro conjunto visando uma nova dinâmica em busca de um maior crescimento e consolidação da sua presença a nível europeu", enfatiza a CIN.
A empresa liderada por João Serrenho adianta que a Boero fechou o exercício de 2020 com um volume de negócios de 90 milhões de euros, enquanto a CIN atingiu os 234 milhões.
Resulta daqui "uma aliança que supera os 320 milhões de euros, que permite cotar-se como uma das 40 maiores empresas do mundo no seu setor de atividade", conclui o grupo maiato.
João Serrenho salienta que "a Boero continuará a desenvolver a sua atividade a partir da sua sede em Génova, e Rivalta Scrivia, mantendo a sua identidade e gestão".
Já Andreina Boero, CEO do grupo Boero, considera a CIN "uma empresa sólida e amiga, com uma cultura empreendedora e um alto nível de padrões de produção que garantem segurança e confiança nos efeitos benéficos desta união".
Para a empresária italiana, "a estratégia de expansão da Boero além-fronteiras tem agora, ao lado da CIN, a solidez e a dimensão necessárias para enfrentar a concorrência com maior vigor, mantendo a identidade e os valores da marca".
Com o controlo da empresa italiana nas mãos da CIN, Serrenho passa a desempenhar os cargos de presidente do conselho de administração e administrador delegado do grupo Boero, enquanto Andreina Boero "será nomeada presidente honorária do conselho de administração do grupo, mantendo-se igualmente como membro do conselho de administração".
A família Boero mantém uma participação - não divulgada - no capital social da empresa.
Em 2019, ano em que faturou 241 milhões de euros - mais sete milhões do que no ano passado -, a CIN cotava-se como o 16.º maior fabricante europeu de tintas e o 47.º a nível mundial.
Atuando nos três principais segmentos de mercado (construção civil, indústria e proteção anticorrosiva), a CIN conta com cerca de 1.400 trabalhadores em mais de 15 países, com presença direta em Portugal, Espanha, França, Polónia, Turquia, Angola, Moçambique, África do Sul e México, e exporta para vários mercados da Europa Central, América Latina e África.
A Boero Bartolomeo produz e distribui tintas para os setores de construção civil, iates e naval, vendendo anualmente mais de 20 milhões de litros de tintas.
Na sua sede em Itália, o grupo está instalado numa área de mais de 120 mil metros quadrados, dos quais 12 mil dedicados à produção e seis mil de armazéns e centros de serviço, sendo considerado "um dos maiores centros de produção de tintas na Europa".
(Notícia atualizada às 11:31)