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Bruxelas impõe venda de negócio de pesticidas na fusão entre Dow e DuPont
A luz verde da Comissão Europeia a esta mega-operação de concentração no sector químico tem como condição a venda de alguns activos para garantir a concorrência neste segmento importante para as actividades agrícolas.
A Comissão Europeia aprovou a megafusão entre a Dow Chemical e a DuPont com o compromisso das empresas químicas norte-americanas venderem "partes importantes" do negócio de pesticidas, entre as quais a actividade da DuPont dedicada à investigação e desenvolvimento.
Numa conferência de imprensa em Bruxelas, a comissária com a pasta da Concorrência sustentou que "os pesticidas são produtos importantes para os agricultores, os consumidores e para o meio ambiente" e que é necessária "uma concorrência eficaz neste sector para que as empresas sejam levadas a desenvolver produtos melhores e mais seguros".
Citada pelo jornal Expansión, Margrethe Vestager considerou que a decisão agora tomada pelo Executivo comunitário "garante que a fusão entre a Dow e a DuPont não reduz a concorrência nos preços dos pesticidas nem a inovação para produtos mais seguros e melhores no futuro".
A operação avaliada em 140.000 milhões de dólares (cerca de 128 mil milhões de euros) estava bloqueada em Bruxelas desde Novembro do ano passado, quando a Comissão Europeia decidiu pedir algumas informações adicionais, provocando assim um atraso na avaliação por parte dos reguladores e também a efectivação deste negócio.
As negociações para uma fusão entre a DuPont e a Dow Chemical, visando a criação de um gigante no sector químico (DowDuPont), foram confirmadas oficialmente em Dezembro de 2015. Já nessa altura a Reuters antecipava que o negócio poderia enfrentar um intenso escrutínio regulatório.
Esta é apenas uma das três mega-fusões em marcha no sector químico. E caso seja aprovada também a fusão da Bayer e Monsanto (negócio de 66 mil milhões de dólares) e avance a da chinesa ChemChina com a suíça Syngenta (44 mil milhões de dólares) – Bruxelas deve pronunciar-se sobre esta operação até 12 de Abril –, serão então quatro grupos (com a BASF) a controlar 63% do mercado global de sementes.