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Bruxelas também dá luz verde ao negócio ChemChina-Syngenta
As autoridades norte-americanas já tinham aprovado o negócio entre a China National Chemical e a Syngenta. Agora a Comissão Europeia deu luz verde ao negócio. Empresas esperam que esteja concluído até ao final de Junho.
Esta terça-feira, 4 de Abril, as autoridades norte-americanas deram luz verde à compra da suíça Syngenta por parte da China National Chemical, ou ChemChina. Agora, e depois de algumas preocupações manifestadas sobre os riscos de aumento dos preços no sector químico, também a Comissão Europeia deu o seu aval à operação, de acordo com a Bloomberg.
A oferta da ChemChina para alienar alguns pesticidas e outros produtos agrícolas elimina "sobreposições problemáticas" e permite que os reguladores da União Europeia dêem o seu aval ao negócio, de acordo com os comentários da Comissão, enviados por e-mail e citados pela Bloomberg.
As autoridades norte-americanas, por sua vez, exigiram que as duas empresas deixem de produzir três tipos de pesticidas para aprovarem o negócio.
O negócio de 43 mil milhões de dólares (mais de 40 mil milhões de euros no câmbio actual) que juntará a companhia pública chinesa com a fabricante suíça de pesticidas e sementes constitui apenas uma de três mega-fusões que estão em andamento e que deverão reformular a indústria agroquímica.
A operação de fusão entre a Dow Chemical e a DuPont também deu um passo adiante no início da semana passada, com a luz verde da Comissão Europeia. Bruxelas aprovou a fusão com o compromisso das empresas químicas norte-americanas venderem "partes importantes" do negócio de pesticidas, entre as quais a actividade da DuPont dedicada à investigação e desenvolvimento.
A outra mega-fusão é entre a Bayer e a Monsanto, uma operação avaliada em 66 mil milhões de dólares, que ainda aguarda aprovação.
A concretizar-se o negócio entre a ChemChina e a Syngenta, anunciado há um ano, Ren Jianxin, presidente da empresa chinesa tornar-se-á líder de um gigante do sector químico, com um portefólio de produtos tão diversos como pneus de borracha, pesticidas e sementes geneticamente modificadas.
A oferta responde à ambição de Pequim de ter acesso a sementes e a tecnologia para proteger as suas plantações, numa altura em que o crescimento da classe média tem puxado pelo consumo de alimentos e a pressão da construção tem diminuído as áreas de terra cultivável.
A ChemChina e a Syngenta esperam que o negócio esteja fechado até ao final de Junho, de acordo com a Bloomberg. A operação requer ainda a aprovação das autoridades chinesas da concorrência.