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Bosch põe à venda negócio que afeta fábrica de Ovar com 1.200 trabalhadores
“A decisão tomada pela Bosch nada tem que ver com o desempenho do negócio ou dos colaboradores, mas antes com a estratégia da empresa para o futuro”, afirma Carlos Ribas, representante do grupo alemão em Portugal.
Presente desde 1911 em Portugal, onde tem fábricas em Braga, Ovar e Aveiro, a que acresce um centro de serviços em Lisboa, a Bosch Portugal emprega mais de 6.600 pessoas, fechou o último ano com uma faturação superior a dois mil milhões de euros e tinha orçamentado um investimento de mais 200 milhões de euros este ano no nosso país.
Entretanto, o grupo alemão acaba de anunciar que "planeia vender a maior parte do negócio de produtos da divisão Building Technologies, incluindo as unidades de negócios de Vídeo, Acesso e Intrusão e Comunicação", admitindo que "esta decisão irá afetar cerca de 4.300 colaboradores em mais de 90 localizações em todo o mundo, incluindo cerca de 1.200 colaboradores em Ovar".
A Bosch "está agora à procura de um comprador que assuma todas estas unidades de negócio com todos os colaboradores e localizações", realça o grupo germânico, esta quinta-feira, 26 de outubro, em comunicado.
Carlos Ribas, representante da Bosch em Portugal, afirma que "a decisão tomada pela Bosch nada tem que ver com o desempenho do negócio ou dos colaboradores, mas antes com a estratégia da empresa para o futuro", deixando garantias de que o grupo "continuará a investir em Portugal e a trazer para o país desenvolvimento e produção de tecnologias-chave para a empresa".
Por sua vez, o negócio de produtos com sistemas de alarme de incêndio não deverá ser vendido. "Devido à relevância para a integração de sistemas, este negócio de integradores será fundido e continuado", afiança a Bosch.
Já o realinhamento da sua divisão Building Technologies visa "focar-se no negócio integrador regional, com soluções e serviços para a segurança e automação de edifícios, e eficiência energética".
"Queremos tornar-nos num dos líderes globais em integração de sistemas na tecnologia de edifícios e aproveitar as oportunidades favoráveis de crescimento neste mercado. Para atingir este objetivo, é necessário consolidar. É por isso que, no futuro, iremos ter na integração de sistemas o nosso negócio principal", explica Christian Fischer, vice-presidente do conselho de administração da Bosch.
"Estamos confiantes de que iremos encontrar um comprador para todas as três unidades de negócios, o que fortalecerá ainda mais o negócio e garantir-lhe um futuro seguro",remata Fischer, que é tambémo responsável pelos setores de negócios de Energy and Building Technologies e Consumer Goods do grupo.
Já Thomas Quante, presidente da Bosch Building Technologies, considera que "o negócio de produtos tem uma posição excelente para um futuro promissor nas mãos de um novo proprietário: produtos inovadores, colaboradores altamente qualificados e um ambiente de mercado com oportunidades atrativas de crescimento", afiança.
Após o realinhamento, conclui a Bosch,a divisão Building Technologies "empregará cerca de 7.600 colaboradores e operará em 40 localizações em oito países".
Como integrador de sistemas independente de marca, com um amplo portfólio de soluções energéticas e para edifícios, a divisão "pretende beneficiar no futuro da digitalização e da crescente demanda dos clientes por soluções integradas, inteligentes e de vários domínios nas áreas de segurança e automação de edifícios, e eficiência energética", sintetiza o grupo.
O grupo Bosch fechou 2022 com uma faturação de 88,2 mil milhões de euros e um efetivo de cerca de 421 mil pessoas.
(Notícia atualizada às 18:48)