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Bosch em Portugal: emprega 7.050, fatura 2.100 milhões e revoluciona fábrica de Braga
Com fábricas em Aveiro, Ovar e na capital do Minho, e um “hub” para prestação de serviços a nível global em Lisboa, o grupo germânico fechou 2023 a reforçar a sua posição como um dos maiores empregadores em Portugal e a segurar a 5.ª posição no ranking dos exportadores.
Aterrou em 1911 em Portugal, onde continua a investir centenas de milhões de euros todos os anos e surge nos primeiros lugares dos mais relevantes rankings, mantendo-se como a quinta maior exportadora e uma das maiores empregadoras, sendo a segunda empresa do país que tem mais profissionais alocados às áreas de inovação.
No ano passado, a Bosch contratou mais cerca de 450 pessoas e aumentou 1,7% a faturação em Portugal, tendo fechado o exercício luso com um total de 7.050 trabalhadores um volume de negócios de 2,1 mil milhões de euros no nosso país.
Uma cifra que inclui vendas e serviços a empresas do grupo alemão, tendo o mercado local representado 383 milhões de euros, mais 5,2% do que no ano anterior.
"Apesar de estarmos a viver um ambiente global desafiante e de alguma incerteza, 2023 foi um ano positivo para a Bosch em Portugal. Para este ano, estamos alinhados com as perspetivas gerais da Bosch, e por isso as nossas previsões são moderadas, tendo em conta o atual cenário económico e também a transformação do negócio que a empresa está a realizar a nível global", afirma Javier González Pareja, presidente do grupo Bosch em Portugal e Espanha, em comunicado.
Com as exportações a representarem 97% do total, com mais de 50 países em todo o mundo a importar soluções produzidas nas suas fábricas de Braga, Aveiro e Ovar, e serviços prestados a partir do seu "hub" de Lisboa para o mundo.
"Estes números reforçam a importância da Bosch no total de exportações do país (cerca de 1,7%), traduzindo-se num impacto de cerca de 1% por centro do PIB de Portugal", enfatiza o grupo germânico.
"Ao longo dos anos, temos vindo a assistir a um crescimento sustentado da Bosch em Portugal, que só possível graças à dedicação e ao profissionalismo dos nossos colaboradores. É nesse caminho que nos queremos manter, conscientes de que o futuro já está a trazer desafios para o negócio da Bosch", sinaliza Carlos Ribas, responsável da Bosch em Portugal e diretor técnico da Bosch em Braga.
Entretanto, a casa-mãe está a avançar com decisões estratégias globais que vão impactar as suas posições industriais em Portugal.
Tendo definido a mobilidade sustentável como uma das suas áreas de crescimento, com especial foco para a condução eletrificada e automatizada, esta transformação "terá o seu impacto no portfólio de produtos e, consequentemente, no negócio da unidade em Braga", adianta o responsável da Bosch em Portugal.
No caso da fábrica de Braga, que é a maior unidade do grupo em Portugal, a reorganização da mobilidade na Bosch irá traduzir-se numa transformação do portfólio de produtos, que passará gradualmente dos sistemas de "infotainment" para soluções como computadores de bordo, câmaras e sensores.
"A Bosch está a focar os seus esforços de desenvolvimento e produção de tecnologias essenciais para as necessidades atuais e futuras dos veículos, que irão contribuir para uma mobilidade mais segura, confortável e sustentável. A Bosch em Braga está a receber algumas dessas tecnologias e continuará a desempenhar um papel importante o futuro da mobilidade tanto a nível de desenvolvimento como de produção", afiança Carlos Ribas.
De resto, a empresa estima que, impulsionado por esta tendência, o mercado de software automóvel deverá atingir um volume significativamente superior a 200 mil milhões de euros até 2030, o que significa três vezes mais do que em 2020.
Segunda linha de produção de bombas de calor em Aveiro, venda de negócio em Ovar
Já na área de negócios de energia e tecnologia de edifícios, na qual estão inseridas as atividades das unidades de Aveiro e de Ovar, atravessam momentos diferentes no âmbito da estratégia global da Bosch, com a aveirense a ganhar relevância e a ovarense em processo de venda.
"O ano de 2023 foi de grande importância para a unidade da Bosch em Aveiro, que reforçou a sua posição enquanto localização estratégica para a produção e desenvolvimento de bombas de calor dentro do grupo", sendo "para 2024 as expetativas são cautelosamente positivas, nomeadamente com o aval por parte da casa-mãe para avançar com a instalação da segunda linha de produção de bombas de calor".
Em novembro passado, a Bosch tinha anunciado um investimento de cerca de 100 milhões de euros na expansão da unidade de Aveiro.
"Para a Bosch, as bombas de calor são um componente fundamental de edifícios neutros em carbono. Embora o mercado tenha estagnado em toda a Europa em 2023, a Bosch conseguiu fazer crescer o seu negócio em quase 50% e prevê continuar a crescer mais rápido do que o mercado neste segmento. Nesse sentido, a previsão é de continuar a investir não apenas na capacidade de produção, mas também na expansão do nosso portfólio de produtos, nomeadamente com bombas de calor que não são apenas silenciosas e eficientes, mas também económicas", conclui Ribas.
No caso da unidade de Ovar, conforme já anunciado em outubro passado, o grupo decidiu realinhar a sua divisão "building technologies" com a venda da maior parte do negócio de produtos desta divisão.
Uma decisão que inclui as unidades de negócios de vídeo, acesso e intrusão e comunicação, que também irá afetar esta localização.
De resto, afiança Ribas, "a Bosch Portugal está empenhada em reforçar as suas atividades noutras áreas estratégicas, como soluções de mobilidade e bombas de calor, e em atingir os seus objetivos de negócio, apesar da venda planeada e do impacto esperado no nosso volume de negócios local".
Merece também destaque a aposta da Bosch na sua unidade de serviços em Lisboa, que pretende ampliar e diversificar, "com novas áreas de competência em funções de administração, e também no potencial aumento das suas equipas multiculturais que colaboram em diferentes projetos internacionais do grupo Bosch, perfazendo atualmente um total de 39 diferentes nacionalidades, e que reforçam a posição de Lisboa como um ‘hub’ para prestação de serviços a nível global", realça o grupo alemão.
Relativamente às perspetivas para o corrente ano, a Bosch espera uma ligeira evolução positiva em Portugal, tanto a nível de volume de negócios como de colaboradores.
"Apesar de um ambiente económico e social que se mantém exigente, as nossas expetativas para 2024 são de um ligeiro crescimento das vendas em todas as localizações em Portugal", remata o responsável da Bosch em Portugal.
A nível global, o grupo Bosch fechou 2023 com um total de 429 mil trabalhadores, que estão distribuídos por 136 localizações em todo o mundo, e uma faturação de 91,6 mil milhões de euros, mais 3,8% do que no ano anterior.