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Bosch troca Ribas por espanhol Pareja "até novas ordens" na liderança da 5.ª maior exportadora portuguesa
Após 21 anos ao serviço da Bosch, tendo nos últimos nove liderado a operação do grupo alemão em Portugal, onde a multinacional tem três fábricas e emprega mais de sete mil pessoas, Carlos Ribas é substituído no cargo pelo presidente da Bosch Ibéria.
Nascido em Portugal, viveu muitos anos no estrangeiro, nomeadamente na República do Congo, Bélgica, França, Japão e Estados Unidos. Começou a sua carreira na Hoechst, passou pela Yazaki e entrou na Bosch em 2003.
Depois de passar pela multinacional em Braga, estreou-se em outubro de 2010 como responsável da fábrica da Bosch em Mondeville, em França, dedicada à produção de componentes eletrónicos e mecânicos para a indústria automóvel.
Com uma formação em liderança e gestão global obtida no Japão e em Global Leadership Executive pela Universidade de Carnegie Mellon, em Pittsburgh (EUA), Carlos Ribas assumiu a liderança da Bosch em Portugal em 1 de agosto de 2015.
Nove anos depois, hoje, 1 de agosto, a Bosch confirmou ao Negócios que Carlos Ribas acaba de sair do grupo alemão.
"Podemos confirmar que, a partir de 1 de agosto de 2024, no âmbito do habitual planeamento de renovação, as responsabilidades assumidas por Carlos Ribas enquanto gestor técnico da fábrica de Braga, Portugal, passam a ser assumidas por Carlos Jardim, anteriormente responsável pelas operações de produção e engenharia na fábrica de Cluj, na Roménia", começa por revelar fonte oficial da multinacional ao Negócios.
"A partir da mesma data e até novas ordens, Javier Gonzalez Pareja, presidente da Bosch Ibéria, assumirá as responsabilidades de Carlos Ribas na sua função de representante da Bosch em Portugal, para além das suas funções atuais", adianta a mesma responsável, concluindo que, "com estas mudanças de pessoal, a Bosch garante uma transição tranquila na gestão da fábrica da Bosch em Braga".
Bosch exporta 97% da produção em Portugal para mais de 50 países
Em Portugal desde 1911, a Bosch continua a investir centenas de milhões de euros todos os anos e surge nos primeiros lugares dos mais relevantes "rankings", mantendo-se como a quinta maior exportadora e uma das maiores empregadoras, sendo a segunda empresa do país que tem mais profissionais alocados às áreas de inovação.
Com fábricas em Braga, Aveiro e Ovar, e um "hub" para prestação de serviços a nível global em Lisboa, no ano passado a Bosch contratou mais cerca de 450 pessoas e aumentou 1,7% a faturação em Portugal, tendo fechado o exercício luso com um total de 7.050 trabalhadores e um volume de negócios de 2,1 mil milhões de euros.
Uma cifra que inclui vendas e serviços a empresas do grupo alemão, tendo o mercado local representado 383 milhões de euros, mais 5,2% do que no ano anterior.
Com as exportações a representarem 97% do total, com mais de 50 países em todo o mundo a importar soluções produzidas nas suas fábricas de Braga, Aveiro e Ovar, e serviços prestados a partir do seu "hub" de Lisboa para o mundo.
Números reforçam a importância da Bosch no total de exportações do país (cerca de 1,7%), traduzindo-se num impacto de cerca de 1% do PIB de Portugal.
A nível global, o grupo Bosch fechou 2023 com um total de 429 mil trabalhadores, que estão distribuídos por 136 localizações em todo o mundo, e uma faturação de 91,6 mil milhões de euros, mais 3,8% do que no ano anterior.