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Bosch investe dois milhões em parque geotérmico na fábrica de Braga

Implementado entre 2022 e 2023, este novo projeto de descarbonização da Bosch em Braga inclui um sistema de bomba de calor geotérmica, que se traduz na combinação ente uma bomba de calor e 140 sondas geotérmicas levadas até uma profundidade de 133 metros.

24 de Junho de 2024 às 13:12
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A Bosch Car Multimedia Portugal acaba de instalar na sua unidade em Braga um parque geotérmico que permite cumprir o objetivo de pôr fim ao uso de combustíveis de origem fóssil nestas instalações (sobretudo gás natural), sendo que a partir de agora toda a energia consumida será proveniente de fontes renováveis. Tratou-se de um investimento de dois milhões de euros, integrado no quadro de atuação do PRR - Plano de Recuperação e Resiliência) para a descarbonização da indústria.

Desenvolvido e implementado entre 2022 e 2023, este novo projeto de descarbonização da Bosch em Braga materializou-se através da instalação de um sistema de bomba de calor geotérmica, que se traduz na combinação entre uma bomba de calor e 140 sondas geotérmicas levadas até uma profundidade de 133 metros. De acordo com a Bosch, trata-se de uma das maiores centrais geotérmicas em Portugal continental.

Através das 140 sondas geotérmicas e da bomba de calor de condensação a água, este sistema tem a capacidade de fornecer energia térmica em arrefecimento ou aquecimento de uma forma mais eficiente e económica do que qualquer outro sistema convencional, permitindo reduzir as emissões poluentes em cerca de 600 toneladas de CO2 por ano. O projeto integra-se no plano alargado de transição energética da empresa, que tem como um dos principais objetivos a eliminação do uso de gás natural como fonte de energia primária.

Do conceito base deste projeto fazem ainda parte outras medidas adicionais, que passam por diferentes soluções complementares de: recuperação de energia da infraestrutura já existente, nomeadamente dos equipamentos de produção de ar comprimido e de produção de água fria; sistemas de bomba de calor e arrefecimento de elevada eficiência sazonal; e a permanente monitorização e otimização da gestão técnica dos edifícios, de forma a tornar o controlo dos sistemas de aquecimento, ventilação e ar-Condicionado mais autónomos e eficientes.

Combinadas, estas medidas equivalem a uma poupança de aproximadamente 5.740 MWh de gás natural, o que corresponde a uma redução anual das emissões de 1.160 toneladas de CO2.

"Este projeto de descarbonização é muito relevante e significativo para a unidade da Bosch em Braga. Não é um projeto isolado, pois enquadra-se dentro da estratégia de transição energética que a Bosch está a colocar em prática em todas as áreas do negócio, seja com aplicação de medidas e soluções que promovem a eficiência energética nas suas diferentes localizações, como também na vertente de desenvolvimento de serviços, e produção de tecnologias e produtos", afirma Carlos Ribas, representante da Bosch em Portugal e diretor técnico da Bosch em Braga.

Com a eletrificação total da unidade da unidade da Bosh em Braga, a empresa investiu também na instalação de 5.934 módulos solares fotovoltaicos capazes de gerar anualmente 4GWh de energia elétrica, para autoconsumo na sua totalidade. Esta produção corresponde a cerca de 10% da energia necessária neste complexo industrial.

O objetivo é continuar a expandir a produção de energia através de módulos fotovoltaicos até atingir uma capacidade de produção anual de 12GWh até 2027, o que irá aumentar a resiliência energética do complexo para 30% das necessidades.

No passado, a fábrica da Bosch em Braga utilizava um mix energético de eletricidade e gás natural, com este último a ser usado maioritariamente na produção de água quente que, por sua vez, se destina aos sistemas de aquecimento e de controlo da climatização em todos os edifícios deste complexo industrial. Em 2021, o consumo de gás natural, única fonte de energia proveniente de combustíveis fosseis nessa altura, foi de apenas 6% do consumo energético total, o que motivou a implementação deste projeto de descarbonização.  

Para tal, diz a Bosch, foram feitas análise através da monotorização dos dados dos consumos energéticos em tempo real nos várias edifícios numa plataforma de gestão de energia desenvolvida no âmbito da digitalização e da aplicação de soluções indústria 4.0 na unidade da Bosch em Braga. Estes dados permitiram a otimização e redução dos consumos associados aos sistemas de aquecimento, ventilação e ar-condicionado, nomeadamente os da utilização de água quente, proporcionando uma visão geral e abrangente do desempenho do sistema.
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