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Bancos perdoam Cimpor por violar limites da dívida
A cimenteira acordou com os credores que fosse suspensa a avaliação que ditaria a travagem do financiamento em 2017, escreve o Público desta quarta-feira, 22 de Março. Deverá avançar com um aumento de capital de dois mil milhões de euros.
A cimenteira Cimpor negociou uma suspensão dos mecanismos que travam o seu desequilíbrio financeiro, noticia o Público desta quarta-feira, 22 de Março.
Segundo o diário, a administração da Cimpor chegou a acordo com os credores para que não fosse feito, em 2017, o teste de mediação do nível de alavancagem financeira da InterCement Participações SA, que detém 94,2% do capital da empresa.
Sem esse acordo, a cimenteira estaria a incumprir as condições acordadas em diferentes contratos de financiamento. Documentos da empresa citados pelo Público dão conta de 3.468 milhões de euros nesta rúbrica.
A suspensão negociada vigora durante 2017, com a empresa liderada por Proença de Carvalho a negar a existência de custos com esta opção.
A solução passará por um aumento de capital de dois mil milhões de euros, votado na próxima assembleia geral de accionistas marcada a 5 de Abril e que implica uma alteração dos estatutos, conforme o Negócios noticiou, e depois da empresa ter ficado, em 2016, com capitais próprios negativos.
De acordo com as demonstrações financeiras consolidadas, a Cimpor apresentava um capital próprio negativo de 408,9 milhões de euros. No final de 2015, o grupo apresentava um total de capital próprio positivo de 308,6 milhões de euros. Os capitais próprios negativos foram registados num ano em que a Cimpor registou prejuízos de 788 milhões, devido a imparidades com a actividade do Brasil.