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CMVM suspende acções do BPI

O regulador decidiu suspender as acções do banco até à divulgação de mais informações sobre o acordo fechado este domingo entre o Caixabank e a empresária Isabel dos Santos.

Miguel Baltazar/Negócios
Negócios 11 de Abril de 2016 às 07:32
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"O Conselho de Administração da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) deliberou, nos termos do artigo 214º e da alínea b) do n.º 2 do artigo 213º do Código dos Valores Mobiliários, a suspensão da negociação das acções do Banco BPI, S.A., até à divulgação de informação relevante sobre o emitente."

O comunicado do regulador, com data de 11 de Abril, surge na sequência do acordo fechado, este domingo, entre o Caixabank e Isabel dos Santos. O BPI confirmou perto das 23:00 que as duas partes "encerraram com sucesso as negociações que os envolveram para encontrar uma solução para a situação de incumprimento pelo Banco BPI do limite de grandes riscos".

Os termos do acordo, porém, só serão revelados após as autorizações indispensáveis. Antes de comunicar os pormenores do acordo fechado entre os dois maiores accionistas do banco, o banco necessita de reunir as autorizações das administrações do próprio BPI, do CaixaBank, da Santoro – "holding" através da qual Isabel dos Santos é accionista do banco – e da Unitel, empresa cuja gestão é controlada pela empresária angolana e que tem 49,9% do BFA.

O regulador liderado por Carlos Tavares quer garantir que o mercado dispõe de toda a informação sobre o BPI. A preocupação da CMVM não é alheia ao facto de a solução para o problema do BPI em Angola ser parte de um pacote que inclui ainda que o CaixaBank adquira a participação de Isabel dos Santos na instituição.

Uma operação que dará ao grupo catalão o controlo da maioria do capital do banco e que, por isso, vai implicar o lançamento de uma oferta pública de aquisição (OPA) sobre o BPI. Para o supervisor do mercado de capitais é, por isso, imprescindível que os investidores sejam informados de todas as implicações da solução para o problema angolano.


BPI 
A terceira suspensão desde o início de Março Esta é a terceira vez desde o início de Março que as acções do banco são suspensas devido às negociações entre Isabel dos Santos e o CaixaBank.

A 2 de Março, a CMVM decidiu suspender as transacções com títulos do BPI, depois de na véspera ao início da noite a Bloomberg ter noticiado que os dois maiores accionistas do banco estavam a negociar um divórcio amigável que passava pela venda da posição que a empresária angolana tem no banco ao CaixaBank e pela compra, por parte de Isabel dos Santos, do controlo do BPI no BFA.

A negociação esteve suspensa durante toda a sessão, até que ao final do dia cada um dos accionistas fez um comunicado em que confirmava a existência de negociações e sublinhava que ainda não havia acordo.

Três semanas depois, a 22 de Março, a CMVM voltou a suspender as transacções antes da abertura do mercado. Nesse dia, chegou a haver a expectativa de que Isabel dos Santos e o CaixaBank anunciassem o desfecho positivo do esforço negocial.

No entanto, ao final do dia, a Santoro, "holding" através da qual a empresária angolana tem 18,58% do BPI, veio comunicar que as negociações prosseguiam sem que já tivesse sido fechado um entendimento. No dia seguinte, os títulos voltaram a negociar.
(Notícia actualizada às 07:55)
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