Notícia
CMVM suspende acções do BPI
O regulador decidiu suspender as acções do banco até à divulgação de mais informações sobre o acordo fechado este domingo entre o Caixabank e a empresária Isabel dos Santos.
"O Conselho de Administração da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) deliberou, nos termos do artigo 214º e da alínea b) do n.º 2 do artigo 213º do Código dos Valores Mobiliários, a suspensão da negociação das acções do Banco BPI, S.A., até à divulgação de informação relevante sobre o emitente."
O comunicado do regulador, com data de 11 de Abril, surge na sequência do acordo fechado, este domingo, entre o Caixabank e Isabel dos Santos. O BPI confirmou perto das 23:00 que as duas partes "encerraram com sucesso as negociações que os envolveram para encontrar uma solução para a situação de incumprimento pelo Banco BPI do limite de grandes riscos".
O regulador liderado por Carlos Tavares quer garantir que o mercado dispõe de toda a informação sobre o BPI. A preocupação da CMVM não é alheia ao facto de a solução para o problema do BPI em Angola ser parte de um pacote que inclui ainda que o CaixaBank adquira a participação de Isabel dos Santos na instituição.
Uma operação que dará ao grupo catalão o controlo da maioria do capital do banco e que, por isso, vai implicar o lançamento de uma oferta pública de aquisição (OPA) sobre o BPI. Para o supervisor do mercado de capitais é, por isso, imprescindível que os investidores sejam informados de todas as implicações da solução para o problema angolano.
A terceira suspensão desde o início de Março Esta é a terceira vez desde o início de Março que as acções do banco são suspensas devido às negociações entre Isabel dos Santos e o CaixaBank.
A 2 de Março, a CMVM decidiu suspender as transacções com títulos do BPI, depois de na véspera ao início da noite a Bloomberg ter noticiado que os dois maiores accionistas do banco estavam a negociar um divórcio amigável que passava pela venda da posição que a empresária angolana tem no banco ao CaixaBank e pela compra, por parte de Isabel dos Santos, do controlo do BPI no BFA.
A negociação esteve suspensa durante toda a sessão, até que ao final do dia cada um dos accionistas fez um comunicado em que confirmava a existência de negociações e sublinhava que ainda não havia acordo.
Três semanas depois, a 22 de Março, a CMVM voltou a suspender as transacções antes da abertura do mercado. Nesse dia, chegou a haver a expectativa de que Isabel dos Santos e o CaixaBank anunciassem o desfecho positivo do esforço negocial.
No entanto, ao final do dia, a Santoro, "holding" através da qual a empresária angolana tem 18,58% do BPI, veio comunicar que as negociações prosseguiam sem que já tivesse sido fechado um entendimento. No dia seguinte, os títulos voltaram a negociar.