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Cimpor perde 788 milhões em 2016

A empresa liderada por Ricardo Lima agravou os prejuízos no ano passado, que ascenderam a 788 milhões de euros, face aos 71 milhões de perdas em 2015. As receitas também caíram.

Bruno Simão/Negócios
15 de Março de 2017 às 00:10
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O resultado líquido da Cimpor deteriorou-se em 2016, fixando-se em 787,6 milhões de euros negativos, contra perdas de 71,2 milhões no período homólogo de 2015.

 

A cimenteira liderada por Ricardo Lima (na foto) sublinha, no relatório e contas divulgado na CMVM, que este resultado foi "fortemente influenciado pelo registo de imparidades no goodwill".

Já o volume de negócios cifrou-se em 1.842,8 milhões de euros, uma queda de 26,1% face às receitas de 2.492,7 milhões registadas um ano antes.

 

"O volume de negócios, não obstante o reforço da dinâmica comercial, viu-se penalizado pelo impacto cambial adverso e redução de contributo dos negócios de betão e agregados - posta a recente venda de activos. Acresce que o ajuste do preço médio de cimento (9,8%) num contexto de inflação de custos foi insuficiente para compensar a quebra de vendas em 2016", diz o comunicado, acrescentando que, excluindo o efeito cambial, a contracção do volume de negócios seria limitada a 9,5%, ao invés dos 26,1% registados.

 

Por seu lado, o EBITDA (resultados antes de juros, impostos, depreciações e amortizações, no valor de 352,6 milhões de euros, registou uma quebra de 32,9% (17% se excluído o efeito cambial).

 

A Cimpor salienta que, apesar de o EBITDA ter registado uma contracção, " foi notória a sua recuperação ao longo do ano". Desconsiderados os custos não recorrentes associados ao lançamento do pacote de iniciativas de aumento de eficiência, 47 milhões de euros – na sua maioria lançados no quarto trimestre -, ficou marcada uma tendência crescente na evolução trimestral, aponta.

 

"Apesar de muito se ter avançado com acções focadas nos processos de melhoria contínua de eficiência, e na sua difusão interna por via da partilha de melhores práticas (sistema IMS – InterCement Management System), o impacto da sua implementação nos indicadores financeiros limitou-se a mitigar a tendência desfavorável face a 2015, perspectivando-se agora para 2017 uma dinâmica de valor acrescentado mais pronunciada", sublinha a empresa.

 

As vendas de cimento e clínquer atingiram 24 milhões de toneladas em 2016, ficando ainda 14% aquém do ano anterior, apesar do aumento de actividade no segundo semestre, refere o relatório e contas. "A contracção do mercado brasileiro foi determinante, enquanto o mercado argentino correspondeu ao ajuste esperado, e as exportações a partir de Portugal reflectiram o efeito da descida dos preços das commodities no poder de compra dos clientes em África", acrescenta o documento.

Administração propõe gratificação máxima de 100.000 euros aos colaboradores

A Cimpor, num outro comunicado, convoca os accionistas a reunirem-se em Assembleia Geral no próximo dia 5 de Abril.

Entre os pontos da ordem do dia consta a deliberação sobre a proposta de aplicação de resultados. E o conselho de administração propõe a transferência dos prejuízos para resultados transitados, propondo também gratificar os seus colaboradores até um máximo de 100.000 euros recorrendo aos resultados transitados.

 

"Considerando que o prejuízo consolidado no exercício findo em 31 de Dezembro de 2016 atribuível a accionistas se cifrou em 787.624.843,72 euros, e o resultado líquido em base individual foi negativo em 1.812.060,48 euros, o conselho de administração irá propor à Assembleia Geral: a) a transferência do resultado líquido negativo do exercício de 2016 para resultados transitados; b) a atribuição de gratificações aos colaboradores ao serviço no final de Dezembro de 2016 até ao montante máximo de 100.000 euros, através da utilização de resultados transitados", refere o documento.


(notícia actualizada às 00:32 de quarta-feira, 15 de Março)

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