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Actividade industrial da Zona Euro com pior crescimento em oito meses
O PMI para a indústria desacelerou em Março, face ao mês anterior, com a actividade das fábricas a crescer a um ritmo mais brando em todos os países do euro.
A actividade industrial da Zona Euro cresceu, em Março, ao pior ritmo dos últimos oito meses, com as fábricas a adiarem a produção devido às limitações de capacidade.
Segundo os dados divulgados pela IHS Markit, o índice PMI para a indústria – que mede a "saúde" deste sector através das condições actuais de negócios – desceu de 58,6 pontos, em Fevereiro, para 56,6 pontos, em Março, um valor em linha com a primeira estimativa. Leituras acima de 50 pontos indicam expansão, ao passo que valores abaixo desse limiar sinalizam contracção.
Apesar de a actividade ter abrandado em todos os países e indústrias abrangidos pela análise, a IHS Markit destaca que a leitura de Março continua indicativa de um sólido crescimento na região.
"Não devemos ficar demasiado preocupados com a queda do PMI, já que alguma moderação no ritmo de crescimento – depois da forte subida na viragem do ano – era inevitável", afirma Chris Williamson, economista-chefe da IHS Markit. "No entanto, o facto de a confiança dos empresários em relação ao próximo ano ter caído para mínimos de 15 meses sugere que há outros factores a afectar as carteiras de encomendas".
A Holanda, a Alemanha e a Áustria foram os três países com melhores resultados no mês passado, enquanto França e a Irlanda registaram os crescimentos mais modestos.
A IHS Markit explica que, embora os constrangimentos na cadeia de fornecimento e o mau tempo estejam a penalizar a produção, em alguns casos a procura está a ser limitada por preços mais altos e pela valorização do euro.
Essas tendências podem pesar na evolução do PIB da região, já que o forte crescimento ainda precisa de se traduzir numa inflação sustentavelmente mais alta. O Banco Central Europeu (BCE) está a debater o "timing" da desaceleração dos estímulos monetários, e alguns responsáveis já alertaram que uma moeda mais forte, juntamente com os riscos comerciais podem ser argumentos para manter alguma cautela.
Apesar do crescimento mais fraco da produção industrial, a IHS Markit considera que o sector ainda deve contribuir substancialmente para a expansão económica no primeiro trimestre. O ritmo geral de crescimento "permanece robusto em relação aos padrões históricos", remata Chris Williamson.