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Accionistas querem retirar histórica Sumol + Compal da bolsa  

A bolsa portuguesa deverá em breve perder mais uma empresa cotada. Os principais accionistas da Sumol + Compal pretendem retirar a empresa de bolsa.

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Cotada na bolsa portuguesa desde 1987 (na altura com outra denominação), a Sumol + Compal deverá em breve perder o estatuto de empresa com qualidade de sociedade aberta. O que, por outras palavras, indica a exclusão das acções da bolsa portuguesa.

 

De acordo com um comunicado enviado para a CMVM, a Refrigor e a Frildo solicitaram a convocação de uma assembleia geral de accionistas da Sumol + Compal, com o propósito de deliberar a saída da desta empresa da bolsa de Lisboa.

 

Uma decisão que tem aprovação quase certa, uma vez que estes accionistas controlam 85,8% do capital da Sumol + Compal e mais de 90% dos direitos de voto.  

 

A Sumol + Compal tem capital disperso na bolsa portuguesa desde 1987, na altura ainda como Sumolis, pois a fusão com a Compal que deu origem à actual empresa só ocorreu na década passada.

 

De acordo com fonte próxima da Refrigor, "não se justifica a manutenção da Sumol + Compal na Euronext Lisbon", devido ao baixo "free float" que a empresa de bebidas apresenta (actualmente é de 6,42%).   

 

"A decisão foi agora tomada porque estão reunidas as condições para o fazer, uma vez que tem que haver accionistas disponíveis para adquirirem as acções daqueles outros accionistas que votarem a favor da perda da qualidade de sociedade aberta", disse a mesma fonte ao Negócios.

 

Na proposta que a Refrigor e a Frildo vão submeter à assembleia geral de accionistas extraordinária, a empresa justifica a iniciativa também com o "aparente afastamento dos accionistas minoritários da vida societária e institucional da S+C", que é visível na ausência nas assembleias gerais e "esporádico" contacto com o gabinete de apoio ao investidor.

 

Caso esta proposta seja aprovada em assembleia geral, a Refrigor e a Frildo comprometem-se a comprar as acções que sejam detidas pelos accionistas minoritários que tenham votado favoravelmente.      

 

Se auditor independente fixar valor superior a proposta cai

 

O valor a pagar por cada acção vai ainda ser determinado e anunciado aos accionistas após a publicação da convocatória da assembleia geral. Corresponderá ao preço médio ponderado das acções da Sumol + Compal nos seis meses anteriores à data da convocação da assembleia geral, ou então, caso seja superior, o maior preço que a Refrigor tiver pago por acções da ainda cotada, no mesmo período.

 

Na proposta que vão levar à AG, a Refrigor e a Frildo deixam uma ressalva que pode ter impacto neste processo. É que se for determinado um auditor independente para definir o valor a pagar aos accionistas minoritários, e este for superior ao que resulta do exposto em cima, então a Refrigor e a Frildo deixam cair o pedido de exclusão das acções da Sumol + Compal de Bolsa e a empresa continuará cotada.

 

As acções da Sumol + Compal acumulam uma valorização de 40,97% este ano, apresentando uma liquidez muito reduzida, com menos de 4 mil acções transaccionadas em média por dia nos últimos seis meses. Esta segunda-feira desvalorizaram 3,03% para 1,6 euros.

 

A Sumol + Compal diz ser líder no mercado português de bebidas não alcoólicas, com uma quota de 26%. Fabrica marcas como a Sumol, Compal, Bongo, Frize, Água Serra da Estrela e distribui a Pepsi, 7Up e outras marcas internacionais. Está presente em seis países, entre eles Angola e Moçambique.

 

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