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Evergrande tenta pagar a obrigacionistas com participações em subsidiárias

A chinesa Evergrande está disposta a pagar com 30% das participações em duas subsidiárias cotadas em Hong Kong, a Evergrande Property Services Group  e a Evergrande New Energy Vehicle Group. As duas empresas já afundaram 80% em bolsa, desde o início do ano.

Aly Song / Reuters
01 de Novembro de 2023 às 14:42
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O gigante imobiliário chinês Evergrande propôs um novo plano restruturação aos seus obrigacionistas, titulares de títulos de dívida "offshore", ou seja denominadas em renmimbi "offshore" (moeda chinesa negociada fora da China continental).

A Evergrande está disposta a pagar com 30% das participações em duas subsidiárias cotadas em Hong Kong, Evergrande Property Services Group  e Evergrande New Energy Vehicle Group, pela dívida devida aos obrigacionistas, de acordo com fontes conhecedoras do processo, citadas pela Reuters.

Deste o início do ano, as ações das duas empresas tombaram mais de 80% em bolsa, contando com uma capitalização combinada em bolsa de 9 mil milhões de dólares de Hong Kong, o equivalente a cerca de mil milhões de euros, face à cotação de fecho desta quarta-feira.

Atualmente, a Evergrande detém 52% do capital da empresa imobiliária e 59% da companhia automóvel.

As obrigações do gigante imobiliário terminaram esta terça-feira a negociar nos 0,0225 dólares, de acordo com os dados disponibilizados pela LSEG, à medida que os investidores avaliam esta proposta.

A agência acrescenta que esta segunda-feira o advogado de um grupo "ad hoc" de obrigacionistas defendeu num tribunal em Hong Kong que este plano pode resultar num reembolso dos credores superior ao previsto atualmente.

Contactado pela Reuters, a Evergrante não quis tecer comentários. O setor imobiliário na China registou um crescimento meteórico nas últimas décadas, num país onde a venda de imóveis em planta permite financiar outros projetos.

Em 2020, a situação financeira de muitas construtoras chinesas deteriorou-se, depois de os reguladores chineses terem exigido às empresas um teto de 70% na relação entre passivo e ativos e um limite de 100% da dívida líquida sobre o património, suscitando uma crise de liquidez no setor, agravada pelas medidas de combate à pandemia da covid-19.

O colapso da Evergrande, cujo passivo ascende a 328 mil milhões de dólares (307 mil milhões de euros), é o caso mais emblemático desta crise, que tem fortes implicações para a classe média do país. Face a um mercado de capitais exíguo, o setor concentra uma enorme parcela da riqueza das famílias chinesas, cerca de 70%, de acordo com diferentes estimativas.

A crise afetou nos últimos meses outro peso pesado do setor: a Country Garden, até há pouco vista como uma empresa financeiramente sólida.

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