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Administradores da Evergrande tentam recuperar 5,5 mil milhões de euros pagos a executivos

Os administradores confirmaram também hoje que as ações da Evergrande, congeladas desde 29 de janeiro, não serão cotadas até nova ordem.

Aly Song / Reuters
06 de Agosto de 2024 às 07:16
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Os administradores legais da Evergrande disseram esta terça-feira ter obtido ordens judiciais para recuperar 6 mil milhões de dólares (5,5 mil milhões de euros) pagos a vários quadros superiores com base em contas fraudulentas.

Em comunicado enviado à Bolsa de Valores de Hong Kong, onde a empresa está cotada, os administradores disseram que iniciaram o processo legal no final de março e que, três meses depois, a justiça de Hong Kong autorizou as ordens, que foram mantidas confidenciais até 02 de agosto.

Inicialmente, o processo apontava para o fundador do grupo, Xu Jiayin, o antigo diretor executivo Xia Haijun e o antigo diretor financeiro Pan Darong, mas mais tarde incluiu também a agora ex-mulher de Xu, Ding Yumei, bem como três entidades associadas ao casal.

Os administradores da Evergrande procuram agora recuperar 6 mil milhões de dólares pagos em remunerações ou dividendos, pelo que a ordem limita a capacidade dos sete arguidos de efetuarem transações, venderem ou reduzirem o valor dos seus ativos a nível mundial, referiu o comunicado.

O documento advertiu que o processo ainda está em curso e que "não há certezas de que será bem sucedido ou do montante que a empresa acabará por recuperar".

Os administradores confirmaram também hoje que as ações da Evergrande, congeladas desde 29 de janeiro, não serão cotadas até nova ordem.

Em março, a autoridade reguladora dos valores mobiliários da China anunciou uma multa de 4,175 mil milhões de yuan (531 milhões de euros) para a principal filial na China do grupo Evergrande, por emissão fraudulenta de obrigações e ilegalidades na divulgação de informações.

Xu Jiayin foi ainda multado em 47 milhões de yuan (6 milhões de euros), a multa máxima prevista na lei, e foi banido para sempre dos mercados bolsistas.

Na sua investigação, os reguladores descobriram que a Evergrande inflacionou o seu volume de negócios e lucros nos exercícios de 2019 e 2020, o que resultou na emissão fraudulenta de obrigações e na inclusão de informações falsas nos seus relatórios anuais.

A agência de notícias Bloomberg avançou então que as autoridades chinesas estavam a investigar a empresa de auditoria PwC depois de a Evergrande ter inflacionado o seu volume de negócios em até 78 mil milhões de dólares (71 mil milhões de euros) e os seus lucros em mais de 12 mil milhões de dólares (11 mil milhões de euros).

 
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