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Polícia chinesa detém funcionários do grupo imobiliário Evergrande
No final de junho, a Evergrande tinha uma dívida superior a 300 mil milhões de euros, tendo a empresa entrado nos Estados Unidos com um pedido de proteção contra falência.
A polícia chinesa anunciou hoje a detenção de "vários" funcionários de uma filial do grupo imobiliário Evergrande, cujas dificuldades contribuíram em grande medida para aprofundar a crise neste setor da economia chinesa.
As detenções visaram os empregados da sua filial financeira, a Evergrande Wealth Management, informou a polícia de Shenzhen num comunicado, citado pela agência AFP, que não especificou o número de empregados, nem as acusações contra eles.
No entanto, a nota apela ao público para "denunciar" às autoridades quaisquer "casos" de suspeita de fraude, sem dar mais pormenores.
No final de junho, a Evergrande tinha uma dívida superior a 300 mil milhões de euros, tendo a empresa entrado nos EUA com um pedido de proteção contra falência.
O setor imobiliário chinês registou um crescimento meteórico nas últimas décadas, num país onde a compra de um imóvel, mesmo antes de este estar construído, serve para financiar outros projetos.
Mas o endividamento dos grandes grupos do país atingiu níveis tais que as autoridades decidiram pôr-lhe termo a partir de 2020.
Desde então, o acesso ao crédito foi consideravelmente reduzido para estes grupos, alguns dos quais têm agora dificuldades em concluir os seus projetos, alimentando uma crise de confiança junto dos potenciais compradores que faz baixar os preços.
Nos últimos meses, esta crise estendeu-se à outra grande empresa do setor, a Country Garden, que era considerada financeiramente sólida.
No primeiro semestre do ano, o investimento no setor caiu 7,9%, depois de ter contraído 10% no ano passado, enquanto as vendas de imóveis medidas pela área de terreno caíram 5,3%, depois de terem caído 24,3%, em 2022.
Pequim anunciou várias medidas de apoio nos últimos meses. Os bancos estatais abriram linhas de crédito para várias construtoras, com o objetivo prioritário de terminar empreendimentos cujas obras foram suspensas.
As autoridades prolongaram, entretanto, a duração do pacote de apoio até ao final do próximo ano e prometeram "ajustar e otimizar" as medidas para o setor, após reconhecerem "mudanças significativas" entre a oferta e a procura.
O banco central da China anunciou também recentemente uma redução das taxas de juro no crédito à habitação e do valor mínimo de entrada para a aquisição de habitação, com o objetivo de promover o "desenvolvimento estável e saudável" do setor.