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Falência do Zhongzhi Enterprise Group. Houve crime, diz Pequim

A polícia chinesa está a investigar "muitos suspeitos" de alegadas "atividades ilegais envolvendo empresas de gestão de fortunas afiliadas ao Zhongzhi Enterprise Group".

Aly Song / Reuters
26 de Novembro de 2023 às 10:17
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A polícia está a investigar alegados crimes cometidos por um dos maiores gestores de fortunas privadas da China, que na semana passada declarou insolvência, com uma dívida mais de duas vezes superior aos seus ativos.

De acordo com um comunicado publicado no sábado pelo Gabinete de Segurança Pública do distrito de Chaoyang, em Pequim, a polícia está a investigar "muitos suspeitos" de alegadas "atividades ilegais envolvendo empresas de gestão de fortunas afiliadas ao Zhongzhi Enterprise Group".

"Foram tomadas medidas coercivas criminais contra múltiplos suspeitos", indica o comunicado, que apela ainda aos investidores para que cooperem ativamente com a polícia na investigação e na recolha de provas, e para "salvaguardarem os seus direitos e interesses através dos meios legais".

O comunicado não revelou quais os crimes de que o grupo Zhongzhi, fundado em 1995, é suspeito de cometer.

A empresa reconheceu na quarta-feira que tem dívidas entre 420 mil e 460 mil milhões de yuans (entre 54 mil milhões de euros e 60 mil milhões de euros), face a ativos de 200 mil milhões de yuans (25 mil milhões de euros).

"Uma auditoria preliminar mostra que a empresa não possui ativos suficientes para cobrir dívidas de curto prazo", admitiu o grupo.

O Zhongzhi atribuiu a situação à perda do fundador, Jie Zhikun, que morreu inesperadamente aos 52 anos no final de 2021, e à saída de vários gestores e dirigentes, causando uma "paralisia na gestão interna".

Numa carta aberta, o grupo pediu desculpas aos investidores e assumiu que está "severamente insolvente".

A empresa garantiu que está à procura de soluções para resolver a crise, mas admitiu que existe um risco significativo de ter de fechar as portas.

O Zhongzhi gere mais de um bilião de yuans (128 mil milhões de euros) em ativos, de acordo com estimativas do banco de investimento Nomura.

A empresa tem ligações com o conglomerado imobiliário Evergrande, cuja subsidiária de gestão de fortunas, Evergrande Wealth, controla 45% das ações do Zhongzhi, de acordo com a imprensa local.

A Evergrande, que entrou em incumprimento há dois anos, após as autoridades restringirem o acesso ao crédito, acumulou um passivo equivalente a cerca de 300 mil milhões de euros, sendo a maior de dezenas de construtoras que entraram em incumprimento.

Face à crise no setor, o Governo mudou de tom e anunciou recentemente diversas medidas de apoio, tendo os bancos estatais também aberto linhas de crédito multimilionárias a vários promotores imobiliários.

Nos últimos meses, as autoridades chinesas prenderam vários executivos de grandes empresas chinesas, com especial incidência no setor financeiro, onde o Partido Comunista prometeu, no início deste ano, "eliminar" a corrupção.

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