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Shell, Total e Chevron interessadas em comprar poços de petróleo da Galp na Namíbia

"O sucesso da Galp atrairá o interesse de petrolíferas de maior dimensão que, independentemente dos compromissos climáticos, continuarão a apostar no petróleo", escreve o FT, concluindo que a empresa portuguesa tem "um bom problema" em mãos neste momento. 

Bárbara Silva barbarasilva@negocios.pt 23 de Abril de 2024 às 15:30
Depois da Reuters ter avançado que a Galp colocou à venda metade da sua participação de 80% no projeto petrolífero de Mopane, ao largo da costa da Namíbia, agora que está terminada a primeira fase exploratória nos dois poços de petróleo que detém no país - com a conclusão de que se trata de uma "importante descoberta comercial" com perspetivas de "10 mil milhões de barris de petróleo equivalente, ou mais" -, esta terça-feira é o Financial Times que aponta empresas como a Shell, a Total e a Chevron como potenciais compradoras interessadas. 

"A Galp irá certamente precisar de ajuda. Extrair este petróleo para o levar ao mercado custará milhares de milhões de dólares. A empresa poderá vender a sua participação a uma empresa petrolífera internacional e os candidatos incluem a Shell, a Total e a Chevron, que estão também a realizar perfurações, ou planeiam fazê-lo, na Bacia de Orange. O sucesso da Galp atrairá o interesse de petrolíferas de maior dimensão que, independentemente dos compromissos climáticos, continuarão a apostar no petróleo", escreve o FT, concluindo que a empresa portuguesa tem "um bom problema" em mãos neste momento. 
 
Citando uma análise da consultora Wood Mackenzie, o jornal britânico refere que "dos 10 mil milhões de barris de petróleo equivalente reportados, nem todos serão petróleo". Em 2023 a petrolífera deu conta de ter reservas de petróleo que rondam os 620 milhões de barris.

"Alguns barris na Namíbia serão gás natural menos valioso. A Galp extrairá provavelmente apenas um terço do petróleo disponível. Ou seja, mais de dois mil milhões de barris. Excluindo custos, cada barril poderá render cerca de cinco dólares (considerando um preço por barril de 65 dólares), diz a Wood Mckenzie. Outros analistas estimam que as reservas podem valer mais de nove mil milhões de dólares, tendo em conta os 80% detidos pela Galp", refere ainda o Financial Times. 

A Reuters avançou ainda que a petrolífera contratou o Bank of America para conduzir o processo de venda desta participação de 40% do projeto de Mopane, a qual poderá "render milhares de milhões à Galp, apesar de não estar ainda claro qual será o valor do negócio", acrescentaram fontes anónimas. Contactado pela Reuters, também o Bank of America não respondeu ao pedido de comentário. 

A Galp já tinha indicado que poderia lançar um processo para atrair outros investidores para os seus projetos na Namíbia, tendo em conta que estes poderiam atingir uma larga escala. A Galp detém uma participação de 80% na Licença de Exploração Petrolífera 83 (PEL 83), que cobre uma área de quase 10.000 quilómetros quadrados na Bacia de Orange. Os restantes 20% estão divididos entre a Namcor e a Custos, com 10% cada.

"No poço Mopane-1X foram descobertas, em janeiro, colunas de petróleo significativas contendo petróleo leve" num "reservatório de alta qualidade". "A sonda deslocou-se então para o poço Mopane-2X onde, em março, foram descobertas colunas significativas de petróleo leve (…) de alta qualidade", comunicou a Galp à CMVM, acrescentando que se trata de uma "importante descoberta comercial".

"Só no complexo de Mopane, e antes de perfurar poços adicionais de exploração e avaliação, as estimativas de hidrocarbonetos no local são de 10 mil milhões de barris de petróleo equivalente, ou mais", refere a petrolífera. A empresa vai agora atualizar os dados para avaliar o potencial. "O modelo servirá de base para refinar o plano de perfuração a curto prazo da Galp para continuar a explorar, avaliar e desenvolver o complexo de Mopane", conclui.
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