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Galp termina perfuração de terceiro poço na Namíbia com descoberta de mais "petróleo leve"
Quanto ao quarto poço na região de Mopane, a perfuração está prevista para o verão de 2025, enquanto os poços número cinco e seis serão em "localizações ainda por decidir, dependendo ainda da análise dos reservatórios", refere a empresa liderada por Filipe Silva.
A Galp deu conta esta sexta-feira de um resultado positivo nos trabalhos de perfuração do terceiro poço de petróleo no complexo de Mopane, na Namíbia, localizado acerca de 10 quilómetros dos dois outros poços já perfurados anteriormente. A empresa estima custos de 75 milhões pela perfuração de cada poço na região, sendo que este valor tenderá a baixar daqui para a frente
Num comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a empresa referiu na sua sexta atualização sobre a exploração e avaliação dos ativos petrolíferos no país africano (dos quais detém 80%) que, "juntamente com os seus parceiros NAMCOR e Custos (10% cada), perfurou, retirou amostras e completou com sucesso a avaliação do poço Mopane-1A (poço número 3) no bloco PEL83, a 23 de outubro".
"No poço Mopane-1A foi encontrado petróleo leve e gás condensado em reservatórios arenosos de alta qualidade, que indicam novamente boas porosidades, altas permeabilidades e altas pressões, bem como como características de baixa viscosidade do petróleo, com concentrações mínimas de CO2 e sem concentrações de H2S [sulfeto de hidrogénio]", referiu a Galp no mesmo comunicado.
A petrolífera acrecentou ainda que, a somar aos resultados dois dois peços anteriores - Mopane-1X (poço número 1) e Mopane-2X (poço número 2) - "esta avaliação também confirma a extensão e qualidade do AVO-1 [alvo de exploração 1]".
"A Galp e os seus parceiros continuarão a analisar e integrar todos os novos dados adquiridos, enquanto avança com os próximos passos, que incluem a exploração de mais dois poços e uma campanha sísmica de alta resolução prevista para começar em dezembro 2024", explicou a empresa.
Há cerca de um mês, o CEO da Galp, Filipe Silva, disse que a Galp está muito empenhada em manter intacta a sua posição de 80% no projeto petrolífero da Namíbia, pelo menos até à conclusão dos trabalhos de perfuração dos próximos dois poços no complexo de Mopane, o que só deverá acontecer no final do próximo ano.
De acordo com o responsável, a petrolífera estava no final de outubro a perfurar o terceiro poço na região - a cerca de 10 quilómetros dos dois outros já existentes -, sendo este um ativo "para manter", garantiu, dizendo que espera poder dar conta dos resultados ainda este ano.
Quanto ao quarto poço, a perfuração está prevista para o verão de 2025, enquanto os poços número cinco e seis serão em "localizações ainda por decidir, dependendo ainda da análise dos reservatórios". Estes três outros poços deverão ser perfurados durante o segundo semestre do próximo ano, disse o CEO Filipe Silva.
A empresa vai ainda levar a cabo trabalhos de análise sísmica de alta resolução em todo o complexo durante o primeiro trimestre de 2025.
O CEO disse ainda que na mesma região há várias outras empresas de petróleo e gás em trabalhos exploratórios semelhantes aos da Galp, o que significa que nos próximos meses estão a decorrer muitas perfurações em simultâneo no local, que darão origem a novas informações.
"Continuamos muito empenhados em manter a nossa posição de 80% na Namíbia, pelo menos até termos os resultados dos próximos dois poços. Como sabem há uma série de outros poços que serão explorados no país por outras empresas na vizinhança do nosso bloco. Teremos informações muito preciosas a surgir nos próximos meses. São tempos entusiasmantes para a Galp e para a Namíbia", disse.
"O plano é continuar com os nossos atuais 80% e reduzir ao máximo os riscos que pudermos com o que temos em mãos. Tivemos já uma série de negociações com potenciais parceiros e há uma shortlist de players muitíssimo credíveis que estão interessados na Namíbia. Quando será o momento certo para fazer uma parceria? É-nos claro que não será antes de completarmos, pelo menos, a perfuração dos próximos dois poços. Portanto, esperaremos até, muito provavelmente, o final de 2025. Isto também para saber o que as outras empresas à nossa volta irão descobrir. Algumas das pessoas com quem estamos a falar para o nosso projeto também estão a perfurar na região", disse o CEO aos analistas.
"Estamos a fazer um trabalho preliminar nos estudos do projeto, para que, quando tivermos uma parceria, possamos começar a trabalhar imediatamente", acrescentou, sublinhando ainda: "Na Namíbia, o investimento e os nossos custos por poço estão a descer. Conhecemos melhor o local, há muito mais competição entre fornecedores de serviços e temos um maior conhecimento da geologia, por isso o custo do investimento está a descer muito rapidamente", explicou.